Logo na abertura do evento foram destacadas as expectativas de crescimento para o setor. No prazo de quatro anos, a intenção é abastecer 10 vezes mais automóveis no brasil, chegando a um total de 35,8 milhões de veículos. Os participantes afirmaram que para isso é necessário que o país não volte a atravessar dificuldades nos períodos de entresafra, com escassez de combustível, como tem ocorrido nos últimos anos.
Para o presidente da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Haroldo Lima, os investimentos não acompanham o aumento do consumo do etanol, o que cria riscos para o setor. A situação, segundo ele, só não ficou pior porque o Brasil importou o produto. Para tentar resolver o problema, o governo federal determinou que toda a cadeia produtiva passe a ser regulada pela ANP. No prazo de 15 dias a primeira resolução deve estar pronta.
? Nós não estamos imaginando intervir, mas regular para que o setor, como um conjunto, atue de maneira equilibrada. Nosso objetivo é fazer com que a produção, distribuição e mistura funcionem de forma equitativa para que a sociedade brasileira não seja surpreendida com a falta de etanol. A ANP passa a ter a tarefa de regrar essas etapas. Estamos trabalhando com mais cuidados, fazendo investimentos e financiamentos, e tudo isso objetivando garantir o abastecimento do produto na próxima entresafra ? explicou Lima.
A iniciativa de regular o setor é bem vista pela União da Indústria da Cana-de-Açúcar (Unica) que também quer minimizar os riscos de desabastecimento.
? Nós achamos que a ANP é importante principalmente na regulação que vai ser feita para diminuir a volatilidade dos preços, que tem incomodado produtores e consumidores, garantindo a segurança de abastecimento. Nós estamos trabalhando com diversas ações como a pré-estocagem, pré-contratacao de produtos, para que não haja tanta volatilidade, impactos inflacionários e falta de abastecimento no auge das entressafras. Agora nós temos que trabalhar medidas de crescimento e por isso vemos com bons olhos o anúncio do plano que vai ser trabalhado pelo governo federal junto conosco ? explicou o presidente da Única, Marcos Jank.
No primeiro dia do evento, o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, afirmou que o Banco tem condições de financiar até R$ 35 bilhões para projetos do setor até 2014. Segundo ele, há necessidade de renovar os canaviais e aumentar a capacidade de moagem das usinas.
? Os senhores fiquem certos que nesse ano de 2011 as tendências se mantêm e nos próximos anos nós estaremos preparados para suportar os financiamentos necessários à expansão vitoriosa do setor brasileiro de açúcar e álcool ? declarou Coutinho.