Uma das declarações mais significativas foi a de Claude Turmes, responsável pelo encaminhamento da lei de energia renovável no Parlamento Europeu. O líder político afirmou que a UE deveria fazer um acordo bilateral com o Brasil para a importação de biocombustíveis.
? Minha análise mostra que o único país de onde podemos importar combustíveis agrícolas para a UE de forma sustentável e em quantidades substanciais, no momento, é o Brasil ? justificou.
Turmes detalhou que esse acordo seria uma espécie de teste, e incluiria critérios rígidos de sustentabilidade e de superação dos problemas sociais, além de compromissos com a interrupção do desmatamento.
Segundo Jean-Louis Borloo, ministro do Meio Ambiente da França, existe amplo apoio à sugestão de Turmes. O deputado no Parlamento Europeu também está pressionando para que as propostas sobre biocombustíveis sejam revistas para evitar efeitos prejudiciais para as florestas e a biodiversidade.
Borloo explicou que houve um mal-entendido sobre a meta da UE de alcançar 10% de combustíveis renováveis até 2020. Interpretado como um mercado apenas para biocombustíveis, o objetivo chegou a ser considerado um dos fatores de pressão sobre os preços dos alimentos – a maior produção de etanol vem do milho, nos Estados Unidos. Na Europa, é feito com colza.
Por isso, Borloo fez questão de assinalar que a meta também inclui veículos elétricos recarregáveis, usando eletricidade verde ou alimentados por hidrogênio – tecnologia ainda não disponível mas com potencial de amadurecimento até 2020.