“Apesar dos preços da soja no mercado doméstico não terem apresentado grandes valorizações no mês, estes ainda se encontram em patamares elevados em relação aos registrados no ano anterior, permitindo a expansão no faturamento”, explica o estudo.
O milho deve ter faturamento 39,8% superior ao de 2011, totalizando R$ 34 bilhões, em razão do aumento de 26,4% na produção e de 10,6% nos preços. No entanto, a entidade ressalta que, no caso do cereal, o retorno do quadro de déficit econômico dos países europeus e o avanço da colheita norte-americana podem pressionar os preços do grão para baixo e impactar os ganhos futuros.
O VBP da cana-de-açúcar também foi revisado, sendo estimado em R$ 43 bilhões, com incremento de 43,3% na receita da atividade, em razão da queda de 7,7% na produção. A restrição de oferta também deverá favorecer o trigo, que terá, em 2012, faturamentos 20,6% superior a 2011, somando R$ 3 bilhões, principalmente em função da quebra de safra na Rússia.
Já o café deverá sofrer uma retração de 14,2% no faturamento em relação ao ano passado, provocada pelo aumento da produção e pelo cenário de incertezas na Europa e nos Estados Unidos, com consequente redução de demanda.
Em relação à pecuária, espera-se uma expansão de 3% para o VBP, em 2012, em comparação a 2011, chegando a R$ 132 bilhões. Este pequeno acréscimo se deve, principalmente, ao setor da carne bovina, cujo faturamento deverá ser 6,7% menor do que no ano passado, por causa da queda de 8,9% no preço do produto neste ano, se comparado ao ano passado, e à carne suína, que terá receita 12,7% inferior ao VBP observado no ano passado, reflexo da crise neste setor.
Apenas o setor avícola terá crescimento no VBP, de 22%, impulsionado pelo aumento dos preços da carne de frango, embora a remuneração paga ao produtor ainda seja insuficiente para pagar os custos de produção da atividade.
PIB
O Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio teve queda de 0,13% em julho, segundo levantamento da CNA, feito em parceria com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). Apesar do resultado, a retração teve um ritmo menor em relação aos outros meses. No acumulado de janeiro a julho, o PIB do agronegócio está negativo em 1,77%. Observando o comportamento do PIB no segmento “dentro da porteira”, a agricultura registra no ano retração de 2,18%, enquanto a pecuária cresceu 2,76% nos primeiros sete meses do ano.
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