Governo de SP vai subsidiar contratos agropecuários na Bolsa

Produtores rurais poderão contar com a vantagem dentro de 30 diasProdutores rurais de São Paulo vão ter ajuda do governo para adquirir opções relacionadas ao agronegócio na BM&F Bovespa. Decretos assinados nesta segunda, dia 14, pelo governo do estado prevê o pagamento de metade do prêmio dos contratos. A novidade começa a valer em 30 dias.

Os decretos foram assinados durante almoço na sede da bolsa, com a presença do governador paulista. O governo vai pagar metade do prêmio dos contratos de opção para produtores rurais com renda bruta anual de até R$ 400 mil. Cada produtor pode receber subvenção de até R$ 24 mil. A iniciativa é semelhante ao que já é feito com o seguro rural.

? Essa é a grande mudança. No Brasil só tem seguro para garantir o empréstimo, nós estamos fazendo um seguro para garantir a renda do produtor, então é uma mudança muito importante ? comenta o governador Geraldo Alckmin.

Um mecanismo importante, mas que ainda é pouco utilizado, pois o prêmio, muitas vezes, acaba saindo caro para o produtor rural.

? Se os preços estão se movimentando muito, fica mais caro, e quanto mais longo o prazo, fica mais caro, então com o governo participando e ajudando nós vamos conseguir desenvolver mais o mercado agrícola, os produtores vão participar com mais tranquilidade dos mercados futuros e tendo uma rentabilidade muito maior ? afirma o superintendente comercial da Cooxupé, Lúcio Dias.

O diretor de agronegócio da BM&F Bovespa, Ivan Wedekin, explica que o produtor não vai precisar ir até a bolsa para comprar os contratos, que podem sair quase de graça.

? O produtor vai procurar o banco para fazer o financiamento de custeio e o banco vai oferecer ao produtor o contrato. Em o produtor aceitando, o banco vai fazer essa operação na bolsa. O governo vai pegar metade do prêmio. A outra metade, o banco poderá incluir dentro do financiamento do custeio ? afirma.

No ano passado, foram negociados 2,7 milhões de contratos agropecuários na BM&F, entre soja, milho, café, boi e etanol. Apenas 15% eram de opção. A expectativa é aumentar esse índice.

? Esse é um dos nossos objetivos, qualificar os produtores e massificar essa ferramenta que é muito importante. Se agente conseguir incutir no produtor a necessidade de se proteger, de fazer o hedge e não especular, isso vai ser muito bom, vai ser um passo adiante muito bom ? ressalta João Sampaio, secretário de agricultura de São Paulo.