Os trabalhos de plantio da soja em Mato Grosso estão próximos da conclusão. De acordo com o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), 83,45% da área dedicada à oleaginosa já foi semeada, em balanço desta segunda-feira (31).
Nesta safra 2022/23, são 11,8 milhões de hectares previstos para a cultura, com produção recorde estimada em 41,7 milhões de toneladas. Contudo, apesar dos índices positivos, a rentabilidade do produtor tende a cair vertiginosamente.
Segundo análise da Scot Consultoria baseada em números do Imea e estimando os preços da soja em R$150,00 a saca no estado, em média, a expectativa é de lucro de R$1.702,32/hectare. Assim, o resultado é 69,3% menor que a estimativa projetada na safra 2021/22, de R$ 5.544,99, e 66,7% inferior ao ciclo 2020/21.
Custos de produção
A expressiva redução de rentabilidade do estado líder no cultivo da oleaginosa pode ser explicada pelo incremento nos custos de produção. O agricultor mato-grossense teve de lidar com aumentos de 50,4% em apenas um ano. Desta forma, para instalar a lavoura, partiu de R$ 4.357,16 por hectare na safra 2021/22 para R$ 6.557,27/ha na atual temporada – sem considerar custos de oportunidade.
Essas cifras partem do último relatório mensal de Custos de Produção da Soja GMO, divulgado em 17 de outubro pelo Imea, sendo referentes a setembro. Entre os diversos insumos analisados, um em específico chama a atenção e o produtor: os preços pagos pelos fertilizantes e corretivos. Neste campo, a alta foi de 111,8%.
O destaque especial deste segmento foi para os macronutrientes (nitrogênio, fósforo, potássio, cálcio, magnésio e enxofre), com incremento de 118,9%.
Outro fator que doeu no bolso do produtor mato-grossense foram os custos das sementes, que tiveram alta média de 68,2% em um ano. Com isso, partiram de R$ 494,95 por hectare semeado para R$ 832,67.