As principais consultorias especializadas em agronegócio do país, assim como a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) apontam safra brasileira 2022/23 de soja acima das 150 milhões de toneladas.
Os motivos são o aumento de área e produtividade nos estados-chave na produção, além da incidência menos severa e mais localizada do fenômeno La Niña do que a registrada no ciclo anterior. Porém, a startup 4intelligence divulgou informe nesta quarta-feira (8) apontando uma temporada de 146 milhões de toneladas.
Utilizando imagens de satélite, a empresa monitora remotamente regiões produtoras de soja, gera dados climáticos georreferenciados e acompanha o desenvolvimento das lavouras, do plantio à colheita.
Ao todo, são monitorados cerca de 950 municípios, um total de 34,3 milhões de hectares de área de cultivo. “Com esses dados e modelos preditivos, conseguimos quantificar o impacto das adversidades climáticas na safra de soja 2022/23 em cada município”, reforça Juan Jensen, Chairman da empresa.
Impactos previstos na soja
Ainda que a previsão da startup seja mais “pessimista” em relação às apontadas por consultorias e entidades do setor, destaca aumento na produtividade do grão de 7,2% e de 4,6% de área, chegando a 43 milhões de hectares, ante à safra anterior.
A 4intelligence ressalta que a safra está sendo marcada por estresses hídricos pontuais no Centro-Oeste, devido à irregularidade das chuvas nos meses de plantio e recuperação parcial das lavouras no Sul, que sofreram os efeitos de restrição hídrica severa em 2021/22.
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A safra de 2022/23 será de recuperação, mesmo que parcial, para os estados da região Sul e para o Mato Grosso do Sul, aponta o informe. Assim, mesmo com a persistência do fenômeno La Niña nos últimos meses de 2022, a produtividade em terras gaúchas deve aumentar, em média, 70% e em 32,3% nas lavouras paranaenses.
Contudo, a expectativa é de redução média da produtividade da soja em Mato Grosso (de 7,7%) e de 2,8% em Goiás. No sudoeste de Goiás, onde as chuvas de outubro e novembro ficaram abaixo do padrão histórico, a 4intelligence estima que a produtividade média na cidade de Rio Verde, por exemplo, atinja 53,5 sacas por hectare.
Por outro lado, em Sorriso, centro-norte de Mato Grosso, onde choveu mais, deve ser possível colher 61,1 sacas por hectare.