De acordo com o levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o Estado também registrou crescimento na área plantada, passando para 740 mil hectares, com aumento de 12,2%. Com esses números, Minas Gerais se consolida como o segundo maior produtor de cana-de-açúcar do país. Os números foram analisados pela Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa).
Do total de cana-de-açúcar encaminhado às usinas, 54% são destinados à produção de etanol e 46% para a produção de açúcar. Segundo o superintendente de Economia e Política Agrícola da Seapa, João Ricardo Albanez, neste início de safra, as usinas estão sinalizando opção pelo açúcar por questões de mercado.
? A Índia, um dos principais países consumidores de açúcar do mundo, enfrentou problemas climáticos em três safras seguidas, e o Brasil está aproveitando as oportunidades oferecidas pelo mercado mundial. Além da demanda externa, ainda existe o crescimento do consumo interno ? explica Albanez.
O Brasil é o principal país exportador de açúcar, respondendo por 52% das vendas internacionais.
Como conseqüência, a expectativa é de que a produção mineira de açúcar registre crescimento de 10,5%, em relação à safra passada, passando para 3,6 milhões de toneladas. Já a produção prevista de etanol será de 2,5 bilhões de litros, com redução de 3,2%. Na análise do Superintendente da Seapa, os números poderão ser modificados com o avançar da safra.
A expectativa é de que as usinas acompanhem a evolução dos mercados internacional e nacional quanto às demandas de açúcar e etanol.
? A Índia está com boa expectativa de produção nesta safra, e a pressão sobre o mercado internacional de açúcar deve diminuir ? afirma.
Com isso, as usinas poderão optar para um ou outro produto, em função do mercado.
Segundo João Ricardo Albanez, este quadro poderá incentivar as usinas flex (produtoras de açúcar e álcool) a voltarem a produzir etanol para abastecer o mercado interno.