Ministério da Agricultura prevê menor intervenção do governo no mercado agrícola

Secretário-executivo do ministério, apesar da expectativa de menor intervenção, orçamento para apoio à comercialização deve ser mantido nos patamares atuaisOs bons preços das commodities agrícolas e a expectativa de continuidade de margens positivas na próxima safra devem levar o governo federal a reduzir a intervenção no mercado agrícola para dar sustentação aos preços, por meio dos mecanismos de apoio à comercialização. A afirmação é do secretário-executivo do Ministério da Agricultura, José Carlos Vaz, que prevê necessidade de apoio apenas aos produtores de arroz. As estratégias para o segmento serão elaboradas nos próximos dois meses.

José Carlos Vaz disse que, apesar da expectativa de menor intervenção, o orçamento para apoio à comercialização deve ser mantido nos patamares atuais para o próximo ano. Nos primeiros sete meses de 2011, o governo gastou R$ 266,5 milhões na política de sustentação de preços, dos quais R$ 232,4 milhões foram destinados aos produtores de arroz.

No ano passado foram gastos R$ 1,453 bilhão no apoio à comercialização, dos quais R$ 930 milhões foram destinados ao milho. Os gastos em 2009 atingiram R$ 4,203 bilhões, quando o governo liberou R$ 1,586 bilhão para o milho, R$ 550 milhões para o algodão, R$ 406 milhões para o arroz, R$ 927 milhões para o café, R$ 220 milhões para o feijão e R$ 426 milhões para o trigo.

Na opinião de José Maria dos Anjos, técnico da secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, a necessidade de apoio aos produtores de algodão nesta safra ainda é uma incógnita, pois os preços da pluma podem cair caso haja uma retração no consumo mundial. Ele prevê menor necessidade de intervenção para apoiar os produtores de milho, pois o mercado internacional sinaliza preços firmes para o próximo ano, em função dos problemas climáticos nos Estados Unidos. Outro fator, diz ele, é o aumento das vendas antecipadas da safra por parte dos produtores, principalmente em Mato Grosso, o que deve incentivar o aumento da área. José Maria estima que o plantio de milho na safra de verão deve crescer 6%.

Reflexão

O secretário-executivo do Ministério da Agricultura disse que o governo está “fazendo uma reflexão” sobre o tipo de assistência que poderá dar aos produtores de aves e suínos que enfrentam problemas de aumento dos custos de produção, provocado pela alta nos preços do milho. Pelos cálculos do governo, os estoques atuais de milho, de 10,4 milhões de toneladas, são suficientes para suprir a demanda até o final do ano.