O governo federal estuda a criação de uma espécie de rastreabilidade do arroz, que incluiria o controle das questões sanitárias, trabalhistas e ambientais da produção. A medida passaria a valer em dezembro, com prazo de seis meses para os produtores se adequarem. A intenção é garantir a qualidade do cereal.
? Hoje a exigência é dos mercado e dos setores urbanos. Eles são muito exigentes, e temos que nos enquadrar nessa modernidade ? explica o presidente da Câmara Setorial do Arroz, Francisco Schardong.
Além de apresentar a proposta ao setor, técnicos do Ministério da Agricultura alertaram que voltam a valer em março regras mais rígidas para a classificação do produto. Na safra passada, quando os rizicultores tiveram prejuízos com as enchentes, as exigências foram menores. A mudança, prevista para março, pode afetar os valores pagos pelo produto.
? Vários produtos que eram vendidos como tipo 1 passam para tipo 2 ou 3, e isso pode penalizar bastante o produtor ? acrescenta Schardong.
Para a Federação das Associações dos Arrozeiros do Rio Grande do Sul, tanto a nova classificação quanto a possível rastreabilidade do cereal comprometeriam ainda mais a renda de quem produz. A entidade vai propor que a adesão ao sistema seja opcional.
? A situação está completamente difícil para qualquer norma que possa trazer mais custo para o produtor. Se vamos ter um produto com rastreabilidade que envolve custo, o produtor tem que ter um preço diferenciado para esse produto no mercado ? avalia o presidente da Federação das Associações dos Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), Renato Rocha.
Os produtores ainda aguardam uma resposta do governo sobre a realização de leilões de PEP para escoar 500 mil toneladas de arroz. Os rizicultores argumentam que estão há 30 dias vendendo o produto abaixo do preço mínimo.