No primeiro dia da Assembleia Mundial da Saúde, em Genebra, houve a decisão de manter o nível de alerta em 5 de um total de 6.
Além disso, a diretora geral da OMS, Margaret Chan, lembrou que os vírus são imprevisíveis quando se referiu ao vírus H1N1, que já infectou 8,829 mil pessoas em 40 países, deixando 74 mortos, de acordo com os dados da organização.
Mesmo com o reconhecimento de que o sistema de alerta, criado há dois anos depois da crise da gripe aviária, foi efetivo para a adoção de medidas de contenção, foram muitos os pedidos para que a disseminação de um vírus pelo mundo não seja o fator primordial para a elevação do nível para 6.
Países como México, Reino Unido, Japão e China opinaram que a OMS deve ser flexível na declaração dos níveis de alerta e que é preciso levar em conta a gravidade da doença.
? As pessoas não entendem muito bem o que é a fase 4, 5 ou 6, e pensam que, se chegamos à 6, é porque as coisas vão muito mal ? disse o ministro da Saúde mexicano, José Ángel Córdova, em entrevista coletiva.
Córdova pediu a criação um fundo para ajudar os países que notifiquem possíveis eventos de saúde pública de importância internacional, como uma maneira de incentivar a transparência e a cooperação em matéria sanitária.
Vários ministros, entre eles os dos países com mais casos da gripe, como Estados Unidos, México e Espanha, debateram em um painel especial sobre a situação criada pelos contágios e uma eventual elevação do nível de alerta.
Tudo isso diante das suspeitas de que no Japão, onde já há 130 casos da doença, pode existir uma transmissão estável dentro da população local, e não procedente de viagens para regiões infectadas.
Segundo o sistema de alerta, a fase 6 estabelece que o mundo vive uma pandemia e é declarada quando se verifica que esse tipo de transmissão de uma doença existe em pelo menos duas regiões da OMS – até agora, só está confirmada na América do Norte.
Os defensores da mudança do sistema acham que outros aspectos devem ser levados em conta, como a gravidade da doença, que até o momento tem sido baixa na maioria dos casos.
Em resposta, Margaret Chan disse que analisaria as propostas e que o alerta seria mantido em 5, ao mesmo tempo em que a OMS tratará de dar aos países informações sobre quais são os grupos de risco e que medidas podem ser adotadas para evitar contágios.
Por sua vez, o ministro mexicano, cujo país chegou a ficar estigmatizado por ser a suposta origem do vírus da gripe, ressaltou a total transparência e rapidez com que os casos foram informados.
? Fizemos isso sabendo que traria benefícios para o sistema de saúde mundial, mas conscientes de que a ideia de que o México foi o epicentro de uma pandemia poderia acarretar outras consequências negativas para o país e sua economia ? contou Córdova.
Em entrevista coletiva, o ministro lembrou, no entanto, que a tipificação atual do vírus torna difícil saber se a cepa provém do México originalmente ou de outro país e disse que talvez nunca se saiba com certeza. Ele entregou nesta segunda, dia 18, à diretora geral da OMS as cepas e a sequência genética dos vírus isolados no país para que seja possível fazer pesquisas e produzir uma vacina.
Quanto às reservas de alguns países em desenvolvimento, que exigem em troca capacidade e tecnologia para produzir as vacinas, Córdova afirmou considerar que sua obrigação era a de liberar a informação. Entretanto, ele acrescentou que a vacina poderá ser produzida a baixos custos caso não haja uma patente específica.