Um dia antes do início do recesso, o Congresso já estava vazio, tanto no Senado quanto na Câmara. O único movimento era de turistas e os trabalhos agora só recomeçam no dia 4 de agosto, embora ainda não se saiba como será o calendário em função das eleições municipais.
? Os senadores decidiram pelas suas lideranças que nós só vamos ter um calendário visando compatibilizar os trabalhos com a eleição só a partir de agosto ? afirma o presidente do Senado, Garibaldi Alves.
Segundo o analista político Marcos Verlaime, na Câmara dos Deputados já existe uma preferência.
? Dois esforços concentrados em agosto, ou seja, duas semanas de votação que ainda devem ser definidas, e em setembro um esforço concentrado para votar uma agenda mínima a partir de um entendimento prévio entre os líderes da base e da oposição.
O período chamado de recesso branco deve ser marcado por muita polêmica. A votação da medida provisória que trata das dívidas agrícolas acabou ficando para agosto. Isso porque nesta quarta-feira o quorum não foi suficiente e não houve acordo de líderes. Ou seja, a Câmara voltará do recesso com essa MP trancando novamente a pauta da casa.
O relator da medida, deputado federal Luis Carlos Heinze, acredita que a matéria deve ser votada em agosto sem grandes resistências.
? Alguns ajustes nós ainda vamos fazer até o final do mês. Então, na primeira semana que retornarmos aqui em agosto, seguramente essa matéria vai a votação. Com quorum alto, seguramente não terá problema.
Mas o presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia, aposta em um debate muito acirrado. Segundo ele, alguns parlamentares da bancada ruralista ainda não estão satisfeitos. No entanto, ele avisa que é preciso haver um acordo para a medida não expirar no início de outubro.
? Imaginar que qualquer governo vai atender tudo que os ruralistas queiram, primeiro é acreditar em Papai Noel. Alguns tem o direito, eu aprecio quem acredite, mas nessa altura não é meu caso. Segundo, que seja disputado no voto, complexo ou não.