Das mais de cinco mil cidades brasileiras, 505 não possuem agencias bancárias. Na maioria dos municípios, a média é de um banco para 11,8 mil habitantes. Nas capitais, a realidade é bem diferente: existem pouco mais de 6 mil pessoas para cada agência.
A pesquisa mostra que essa realidade é resultado da concentração do setor no país. Em 10 anos, o número de bancos privados caiu de 230 para 156. No caso de instituições públicas, a redução foi de 32 para apenas 13. Para o Ipea, essa situação gera outro problema grave: a falta de concorrência e de estímulo para a baixar taxas de juros e o spread, que é a diferença entre o valor que o banco capta o dinheiro e o que ele cobra dos clientes.
Por exemplo: um empréstimo para pessoa física no HSBC, no Reino Unido, sairia com juros reais de 6,6%. Se o financiamento fosse feito na mesma instituição no Brasil, a taxa subiria para 63,42%. No crédito para pessoas jurídicas, o juro cobrado no Brasil pode ser quatro vezes maior.