Concorrem ao prêmio Personagem Soja Brasil – Safra 21/22 três produtores rurais que se destacam no manejo da lavoura de soja e três pesquisadores com valiosas contribuições ao estudo da oleaginosa. A honraria será concedida a uma dessas seis pessoas, em voto popular que se encerra no dia 29 de março (clique aqui para participar).
Para te ajudar a escolher, trazemos a história de um dos indicados, o pesquisador da Embrapa Cerrados, Sebastião Pedro. Ele tem 59 anos e há 30 anos trabalha com o desenvolvimento de cultivares de soja para a agricultura sustentável no bioma.
“A minha história na agricultura começou quando, ainda criança, no estado de Goiás, eu via o impacto que a cultura da soja causava em nossa economia. Então, me motivou a estudar agronomia e fui para Viçosa (MG) com o objetivo de estudar a cultura da soja. Depois disso, fui trabalhar na Embrapa Cerrados, onde tive como responsabilidade tocar o programa de melhoramento de soja para o centro-norte do Cerrado”, conta.
Segundo ele, atualmente o foco é desenvolver cultivares do grão adaptadas à agricultura regenerativa, ou seja, baseada em bioinsumos e remineralizadores de solo. “Com isso, visamos dar mais sustentabilidade e menos dependência tecnológica à nossa agricultura brasileira e, assim, atender os eixos econômico, social e ambiental”, declara.
De acordo com Pedro, a história da soja no cerrado começou na década de 1970, quando as primeiras lavouras produziam cerca de 15 a 20 sacas por hectare. “De lá para cá, baseado nos resultados de pesquisa, temos hoje entre 60 a 80 sacas e temos o potencial de chegar a mais de 100 sacas por hectare”, acredita. “São muitas variáveis responsáveis pela produtividade em uma colheitadeira. Tudo começa com uma boa genética, bom fertilizante, boa regulagem de equipamento e, atualmente, o uso equitativo de insumos biológicos e químicos”, completa.
Soja: trabalho contínuo
O pesquisador destaca que o trabalho de aprimoramento da cultura nunca acaba, pois a cada ano são novas condicionantes, pragas e doenças na soja, além do clima muito variável. “No Cerrado temos clima muito adequado à produção de soja, além de expansão possível pelas áreas de pastagens degradadas que podem ser incorporadas ao sistema de produção agrícola. Desta forma, nos próximos anos, com as tecnologias que estamos gerando na Embrapa Cerrados e em outros centros de pesquisa, teremos condições de produzir mais e melhor com sustentabilidade”, afirma.
Para ele, apenas a indicação ao prêmio Personagem Soja Brasil é uma honra. “Porque mostra que esses longos anos de trabalho foram benéficos para o Brasil, para a sociedade e para a continuidade do país como celeiro mundial. Isso só me motiva a continuar tralhando em prol do desenvolvimento da soja no Cerrado”, conclui.