? Parabenizo Piñera. A maioria dos chilenos lhe deu sua confiança para conduzir o país ? disse Frei.
Àquela altura, Piñera liderava com 51,87% dos votos, enquanto Frei aparecia com 48,12%. Por volta das 21h, já com 99,2% das urnas apuradas, Piñera tinha 52%, contra 48% de Frei. O simbolismo do retorno da direita ao poder cresce pelo fato de ter ocupado o Palácio de La Moneda na última vez pela força das armas, durante os 17 anos da ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990). A data para a volta está marcada: 11 de março, o dia da posse.
Durante a campanha, a liderança de Piñera, que em dezembro chegou a 15 pontos, caiu para 1,8 ponto segundo as pesquisas, que mostraram Piñera ainda à frente com 50,9% das intenções de votos, contra 49,1% de Frei. O esboço de recuperação demonstrado por Frei começou quando ele e a atual presidente Michelle Bachelet passaram a evocar o legado do general Pinochet, o que gerou temores de um retrocesso na questão dos direitos humanos. A reação de Frei, porém, não foi suficiente ? ou talvez tenha sido tardia.
O bilionário Piñera, economista formado em Harvard, conseguiu atrair o eleitorado apelando para propostas como a do crescimento econômico, emprego e mudança para um país liderado pelo mesmo grupo de políticos de centro-esquerda há 20 anos.
Como Frei e Piñera têm políticas de governo muito parecidas ? reflexo do sucesso econômico, social e político que deu a Michelle 80% de aprovação ao final do seu mandato ?, a questão dos direitos humanos se tornou um debate importante durante a disputa do segundo turno.