Segundo analistas, a perspectiva de clima favorável e os preços remuneradores do grão nos últimos meses estão estimulando o investimento, mesmo que prossigam as intervenções governamentais no mercado. O plantio de trigo na Argentina começa em junho.
? O fator climático vai pesar mais que o político ? disse Pablo Andreani, diretor da consultoria Agripac.
Ele explicou que problemas decorrentes das políticas oficiais são administráveis, mas a falta de chuvas não, nem os preços deprimidos. Para o analista, o forte recuo dos preços na semana passada, que ele considerou “um ajuste temporário”, não intimida os produtores.
? Houve um retrocesso nos preços do milho e do trigo em Chicago, mas o petróleo, o ouro e o cobre também baixaram porque há uma sensação de que as principais economias do mundo não vão ter um crescimento muito forte, como se previa. No entanto, os mercados vão se acomodar e os preços se manterão sustentados ? disse Andreani.
As condições climáticas também levam o Ministério de Agricultura a esperar um aumento de área para o trigo.
? Acreditamos que vamos ter um aumento de 15%, ultrapassando as 5 milhões de hectares ? afirmou à Agência Estado o subsecretário de Agricultura, Oscar Solis.
Os produtores contam ainda com um estímulo extra: a garantia do governo de que será liberada a exportação do excedente de trigo da safra passada. Solis disse que o ministro de Agricultura, Julián Domínguez, vai anunciar no dia 23 a liberação para venda de cerca de 1,5 milhão de toneladas de trigo, volume que, segundo Solis, “resta para ser exportado”. Pode haver uma pequena variação nesse volume porque os produtores ainda não declararam o montante colhido na safra 2010/2011.
? Estou pedindo aos produtores que façam suas declarações porque só podemos liberar a venda se o produtor declarar seu produto estocado em silo-bolsas ? explicou.