O vazio sanitário da soja em Mato Grosso se encerrou em 15 de setembro. Assim, os produtores estão autorizados a enfileirar as plantadeiras em campo rumo a mais uma safra recorde. No entanto, nem só de celebração vive o setor.
Levantamento de setembro do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), com dados referentes a agosto, mostram que o produtor precisou desembolsar, em média, 68,3% a mais para comprar sua semente geneticamente modificada nesta safra 2022/23.
Detalhando o gasto, o insumo saltou de R$ 494,95 por hectare em agosto de 2021 para R$ 833,42 em igual período deste ano. Na conta são consideradas também as sementes de cobertura. No entanto, o principal vilão nos custos de produção foi outro.
Aumento meteórico
O aumento das sementes é apenas um ingrediente que impacta no quanto o sojicultor precisou desembolsar para iniciar a temporada 2022/23 no maior estado produtor. Nessa esteira, os maiores incrementos foram registrados na compra dos fertilizantes.
Com isso, houve impressionantes 120% de aumento na aquisição de macronutrientes, como nitrogênio, fósforo e potássio, por exemplo. Neste segmento, colocando os gastos médios na ponta do lápis, partiu-se de R$ 1.028,96/ha para R$ 2.263,16/ha.
Ainda em referência à adubação, os corretivos de solo apresentaram 49,4% de aumento, saltando de R$ 68,45 para R$ 102,30 por hectare trabalhado.
Outros custos da soja
Os defensivos agrícolas também pesam na conta dos produtores de soja mato-grossenses. Incluindo fungicidas, herbicidas, inseticidas e adjuvantes, o incremento foi de 26,6%. Desta forma, a maior alta foi em relação aos herbicidas, que subiram de R$ 222,57 para R$ 347,05 por hectare aplicado, ou seja, aumento de 56% em um ano.
Levando em conta todos os gastos, o custo de produção da soja em Mato Grosso apresentou alta de 50,5% no ciclo 2022/23, incluindo, além dos gatos já mencionados, outros aportes de relativa menor monta, como arrendamento, depreciação de máquinas, impostos, taxas e outros itens.