Somente em janeiro, com poucas fecularias ativas, houve algum excedente para aquelas que operavam normalmente no mercado. A partir de então, as cotações seguiram em alta e atingiram a maior média mensal do ano (R$ 269,05/t) em março, início da temporada. Em períodos de pico de safra, houve maior pressão sobre as cotações do produto, movimento que seguiu também em abril e maio.
Passado o período próspero, a oferta voltou a ser menor, levando à recuperação de preços. Em junho, o valor médio chegou a R$ 258,90 por tonelada. Vale destacar que, em termos reais, este foi o maior valor para o mês de junho desde o início da série do Cepea, em 2002. Diante da oferta restrita, a média do primeiro semestre, em termos reais (deflacionada pelo IGP-DI de novembro), foi de R$ 246,24/t.
Além da indisponibilidade de raízes de segundo ciclo, visto que houve pouco avanço na área cultivada entre 2008 e 2009, e da produtividade foi aquém da esperada, problemas climáticos prejudicaram o avanço da colheita na segunda metade de 2010. Vale ressaltar ainda que a demanda por amidos esteve melhor, o que intensificou a disputa por matéria-prima entre as empresas. Deste modo, no segundo semestre, o preço médio da raiz foi de R$ 255,43/t, aumento de 3,7% em relação ao verificado na primeira metade do ano.
Entre a última semana de 2009 e igual período de 2010, a tonelada de mandioca para fecularias teve aumento de 22,5%. O acréscimo mais expressivo ocorreu no estado de São Paulo, de 63,7%. Paraná e Mato Grosso do Sul tiveram respectivos acréscimos de 34,3% e 24,8% em igual período.
De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a produção brasileira de mandioca em 2010 deve ser de 25,7 milhões de toneladas, quantidade 0,9% menor que a obtida no ano anterior (26,0 milhões). Quanto à área cultivada, deve passar de 1,87 milhão de hectares em 2009 para 1,83 milhão em 2010, baixa de 2%. Em relação à produtividade, para o mesmo período de comparação, o crescimento deve ser de apenas 1,1%, podendo atingir 14 t/ha em 2010.