Os preços da soja caíram de forma generalizada nesta terça-feira (12) no mercado físico brasileiro. As cotações foram pressionadas pela queda dos contratos futuros em Chicago, provocada pelo relatório do USDA. Os negociadores sumiram e travaram a comercialização.
- Passo Fundo (RS): a saca de 60 quilos baixou de R$ 198,50 para R$ 195,00
- Região das Missões: a cotação caiu de R$ 191,00 para R$ 189,00
- Porto de Rio Grande: o preço baixou de R$ 193,00 para R$ 188,00
- Cascavel (PR): o preço passou de R$ 191,50 a saca para R$ 187,50
- Porto de Paranaguá (PR): a saca caiu de R$ 198,00 para R$ 194,00
- Rondonópolis (MT): a saca passou de R$ 174,00 para R$ 170,50
- Dourados (MS): a cotação recuou de R$ 177,00 para R$ 175,00
- Rio Verde (GO): a saca baixou de R$ 173,00 para R$ 171,00
Situação da soja em Chicago
Os contratos futuros da soja negociados na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT) fecharam a terça-feira com preços em queda acentuada. O mercado fechou próxima das mínimas do dia. A forte baixa do petróleo e o relatório baixista do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) determinaram as fortes perdas.
O mercado iniciou o dia no território negativo, seguindo o petróleo. Com o clima de aversão ao risco no financeiro, com as preocupações com a economia chinesa em meio a novo aumento nos casos de covid naquele país e com o risco de recessão global, as perdas foram se acentuando.
Após a divulgação dos dados do USDA, o mercado desabou de vez. Todos os grãos caíram ainda mais por conta do cenário de maior oferta indicado pelo Departamento. A soja seguiu esse caminho.
O relatório indicou que a safra norte-americana de soja deverá ficar em 4,505 bilhões de bushels em 2022/23, o equivalente a 122,6 milhões de toneladas. A produtividade foi indicada em 51,5 bushels por acre. Em junho, as indicações eram de 4,64 bilhões de bushels – 126,28 milhões de toneladas – e 51,5 bushel, respectivamente. O mercado apostava em número de 4,515 bilhões de bushels ou 122,88 milhões de toneladas.
Os estoques finais estão projetados em 230 milhões de bushels ou 6,26 milhões de toneladas. Em junho, o número era de 280 milhões de bushels ou 7,62 milhões de toneladas. O mercado apostava em carryover de 214 milhões ou 5,82 milhões de toneladas. O USDA indicou esmagamento em 2,245 bilhões de bushels e exportação de 2,135 bilhões. No mês passado, a previsão era de 2,255 bilhões e de 2,2 bilhões, respectivamente.
Em relação à temporada 2021/22, o Departamento indicou produção de 4,435 bilhões de bushels, ou 120,7 milhões de toneladas. Os estoques foram indicados em 215 milhões de bushels ou 5,85 milhões de toneladas. No mês passado, o número foi de 205 milhões ou 5,58 milhões de toneladas. O mercado apostava em número de 215 milhões ou 5,85 milhões.
O relatório projetou safra mundial de soja em 2022/23 de 391,4 milhões de toneladas. Em junho, a projeção era de 395,4 milhões de toneladas. Os estoques finais estão estimados em 99,61 milhões de toneladas, contra 100,46 milhões de toneladas de maio. O mercado esperava por estoques finais de 99,2 milhões de toneladas.
A projeção do USDA aposta em safra americana de 122,61 milhões de toneladas, contra 126,28 milhões em junhos. A safra brasileira foi indicada em 149 milhões e a argentina em 51 milhões de toneladas, sem alterações. A China deverá importar 98 milhões de toneladas, contra 99 milhões do relatório anterior.
Em relação à temporada 2021/22, a produção global está estimada em 352,74 milhões de toneladas, com estoques finais de 88,73 milhões. O mercado projetava carryover de 86,4 milhões de toneladas.
A estimativa para a safra brasileira foi mantida em 126 milhões e a previsão para a Argentina passou de 43,4 milhões de toneladas para 44 milhões. O número para a importação chinesa ficou em 90 milhões de toneladas, com corte de 2 milhões sobre junho.
Os contratos da soja em grão com entrega em agosto fecharam com baixa de 53,75 centavos ou 3,53% a US$ 14,68 por bushel. A posição novembro teve cotação de US$ 13,43 por bushel, com perda de 62,00 centavos de dólar ou 4,41%.
Nos subprodutos, a posição agosto do farelo fechou com baixa de US$ 8,10 ou 1,87% a US$ 424,80 por tonelada. No óleo, os contratos com vencimento em agosto fecharam a 60,11 centavos de dólar, com perda de 3,61 centavos ou 5,66%.
Câmbio
O dólar comercial fechou em alta de 1,24%, cotado a R$ 5,4390. A moeda foi impactada durante o dia pelo temor de recessão global, com os novos casos de Covid na China e a forte inflação nos Estados Unidos. No período da tarde, porém, ela não acompanhou a melhora momentânea do humor no mercado internacional e acelerou o ritmo de alta, se descolando da bolsa.