A soja foi o produto com maior destaque em termos de crescimento de produção, com um acréscimo estimado entre 13,71 milhões e 16,61 milhões de toneladas na comparação com o período passado. O milho primeira safra, por sua vez, apresentou uma elevação entre 216,6 mil e 1,52 milhão de toneladas, enquanto que o feijão primeira safra sofreu uma variação de 1,4 mil a 49,3 mil toneladas. Os altos preços do grão no mercado, devido à quebra de safra dos principais países exportadores, é um dos principais motivos para as variações.
Área
A estimativa da Conab aponta para uma área cultivada entre 50,89 e 52,22 milhões de hectares, resultado que indica uma variação desde a manutenção a um aumento de 2,6%, ou seja, poderá haver acréscimos de 1,34 milhão de hectares à área de 50,85 milhões cultivada na safra anterior.
A soja foi o único grão que apresentou crescimento de área, em comparação com o estudo das culturas de algodão, arroz, feijão primeira safra e milho primeira safra. A variação é de 5,5% a 9,3% ou o intervalo entre 26,43 e 27,38 milhões de hectares acima do obtido em 2011/2012, quando foram cultivados 25,04 milhões de hectares.
Participaram do levantamento cerca de 50 técnicos da Conab que foram a campo nas principais regiões produtoras do país, no período de 22 a 26 de outubro.
Trigo
A estimativa para a safra de trigo em 2012/2013 foi reduzida em 10,8% no levantamento feito pela Conab. O volume previsto do produto agora é de 4,462 milhões de toneladas, ante as 5,005 milhões previstas em setembro. Com isso, a queda esperada na produção, passou de 13,5% para 22,9% em relação às 5,788 milhões de toneladas colhidas na safra passada.
Silvio Porto, diretor de Política Agrícola e Informações da Conab, explica que, além da quebra de safra, a lavouras de trigo também apresentam problema de qualidade, pois no início do plantio as lavouras enfrentaram estiagem em algumas regiões e, mais tarde, geadas na fase de desenvolvimento e excesso de chuvas no enchimento de grãos. No Rio Grande do Sul, a queda de produtividade foi de 28,6% e, em Santa Catarina, de 21,3%.
– O que nos preocupa nesse momento é o fato de que a soja traz um desequilíbrio. Há uma concentração muito grande em relação à soja. Deve haver uma discussão para equacionar isso do ponto de vista da política, para que tenhamos instrumentos que sejam mais reguladores nesse processo e tranquilidade em relação ao abastecimento de todos os produtos – acrescenta o diretor.
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