Na maioria das lavouras brasileiras, os produtores estão colhendo menos de 45 sacas de soja por hectare. Na última safra, a média nacional foi de quase 49. A menor produtividade também ocorre com o milho: estão sendo colhidas 10 sacas a menos por hectare que no ano passado. Nos dois casos, o pior desempenho é em função da seca em algumas regiões, somado redução no uso de fertilizantes.
A estimativa do Rally é que a produção de soja fique em torno de 57 milhões de toneladas, três milhões a menos que na última colheita. O pior desempenho, de 36 sacas por hectare, deve ser registrado em Mato Grosso do Sul, fortemente atingido pela estiagem. No milho verão, a produção vai chegar a 32,6 milhões de toneladas, contra quase 40 milhões do ano passado. As grandes frustrações devem ficar no Rio Grande do Sul e no Paraná, que também sofreram com a falta de chuva.
Para chegar aos resultados, as equipes do Rally percorreram 1,3 mil lavouras em 13 Estados brasileiros. Tudo isso em uma semana e, apesar dos números bem abaixo dos do último ano, os responsáveis pela expedição acreditam que a rentabilidade do produtor não será tão baixa quanto o que se esperava, logo após o agravamento da crise internacional.
? A recuperação das commodities, aliada ao câmbio acabou ajudando no lucro do produtor e isso dá um certo otimismo, que ele poderá até pagar dívidas ? afirma o diretor da Agroconsult, André Pessoa.
Mesmo com esse otimismo moderado, o diretor do departamento de agronegócio da Fiesp, Benedito Ferreira da Silva, alerta: ainda vai faltar crédito para o próximo plantio.
? O crédito ainda será um problema e isso poderá prejudicar o próximo plantio.