Acompanhe abaixo os fatos que deverão merecer a atenção do mercado de soja na semana que vem. As dicas são do analista da Safras Consultoria, Luiz Fernando Gutierrez Roque:
- O mercado da soja permanece com as atenções centralizadas no clima para o desenvolvimento da nova safra sul-americana. Paralelamente, o mercado também continua acompanhando os movimentos da demanda chinesa no mercado internacional. No lado financeiro, novidades com relação à variante Ômicron podem chamar a atenção, mas em um mercado aparentemente mais calmo.
- A situação climática para o desenvolvimento das novas safras de Brasil e Argentina continua no centro das atenções. No Brasil, após uma semana com registro de algumas chuvas em parte da Região Sul, as previsões voltam a apontar para um clima seco nas próximas duas semanas, o que deve voltar a ser desfavorável para o desenvolvimento das lavouras.
- Já na faixa central e metade norte do país, é o excesso de umidade que traz algumas preocupações, embora menores. As previsões voltam a apontar para grandes acumulados de precipitações até a virada do ano na maior parte das regiões Centro-Oeste, Sudeste, Norte e Nordeste. As exceções ficam com os estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul, que devem receber uma umidade mais baixa na última semana do ano.
- Ainda é cedo para estimarmos o tamanho das perdas nas lavouras do Sul do país, mas a falta da umidade das próximas semanas deve trazer impactos mais profundos, culminando em perdas irreversíveis em algumas lavouras. Se o clima não melhorar, teremos perdas importantes nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná.
- Na Argentina, os trabalhos de plantio continuam avançando, e até o momento não há grandes problemas de umidade. Os mapas apontam para algumas chuvas, mesmo que em volumes pouco elevados, nas principais províncias nas próximas duas semanas, o que deve ajudar na germinação das lavouras mais tardias. Apesar disso, os mapas para o primeiro trimestre de 2022 indicam chuvas abaixo da média, o que traz grande preocupação. Em suma, Chicago deve continuar
encontrando sustentação nas previsões climáticas pouco favoráveis para a América do Sul nas próximas semanas. - No lado da demanda, novas vendas de soja dos EUA para a China foram anunciadas nesta última semana, mas os volumes já são bem menores, conforme o esperado. A migração da demanda chinesa para os portos brasileiros já começou, o que impede que Chicago ganhe ainda mais força neste momento.