De acordo com o presidente da Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), Rui Prado, este problema agrava a situação dos produtores do Estado:
? É uma situação muito complicada porque está havendo arrestos de máquinas, tratores, plantadeiras, pulverizados. E são estas máquinas que o produtor precisa utilizar neste momento, inclusive para gerar receita e conseguir pagar as suas dívidas. Não é possível que a justiça recolha estas máquinas na hora de gerar renda. É a mesma coisa que, se um outro profissional qualquer estiver devendo, recolher justamente as máquinas que ele precisa para fazer o seu trabalho. Entendemos que as dívidas, logicamente, têm que ser pagas, mas não com o arresto de máquinas. Elas têm que ser pagas com a renda da produção ou até com um outro bem que o produtor tem e possa se desfazer dele.
Em anos anteriores a situação já foi semelhante. Para evitar que os produtores enfrentem problemas ainda maiores, a Famato está estudando uma forma jurídica de resolver este caso.
? No passado, conseguimos, através de ações coletivas na Justiça, fazer com que as máquinas permanecessem no campo. Estamos estudando o que fazer agora. De qualquer forma quero orientar e salientar aos produtores que têm este problema para que realmente contratem os seus advogados porque nós temos que nos defender de uma situação esdrúxula como esta: o Brasil, um país eminentemente voltado para a agropecuária, e as máquinas estarem em poder dos bancos. Eu acredito que as máquinas devem estar servindo à produção e não ao capital financeiro como é o caso que está acontecendo neste momento.
Em Mato Grosso já há casos de arresto de maquinário na região de Canarana, a cerca de 820 quilômetros de Cuiabá, e em Campo Novo do Parecis, no oeste do Estado, onde segundo o Presidente do Sindicato Rural do município, Odenir Ortolan, pelo menos três casos de arrestos de maquinários já foram registrados.