Essas fazendas, que de acordo com o Ministério da Agricultura abrigam rebanho de quase 4 milhões de cabeças de gado, foram georreferenciadas, ou seja, tiveram suas coordenadas obtidas por meio de GPS (Global Positioning System), receberão Guias de Trânsito Animal (GTA) Eletrônica e serão monitoradas. Para garantir a eficiência do programa, o governo federal vai cruzar, eletronicamente, os dados de georreferenciamento das fazendas com os de desmatamento na Amazônia.
Se uma dessas propriedades estiver derrubando árvores ilegalmente, será identificada. Por outro lado, a ideia é que o pecuarista que respeitar o programa, terá mais credibilidade e mais mercados para a carne que produz.
? Uma equipe dentro do Inmet [o Instituto Nacional de Meteorologia], com gente da Embrapa [a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária], tira e analisa a primeira fotografia agora. Em julho, tira outra que é capaz de detectar desmatamento a partir de 1 hectare ? disse o ministro.
Segundo ele, a meta dos governos federal e estadual é que o Programa Boi Guardião cubra todo o Pará até o fim de 2010. O leste e o sul do Estado foram escolhidos para o início do projeto por serem as regiões mais críticas em relação ao avanço do desmatamento para a criação de gado.
Stephanes disse ainda que, além do Pará, até o fim de 2011 será possível cobrir os Estados de Rondônia e de Mato Grosso, usando a mesma metodologia aplicada nas propriedades rurais paraenses.
? A partir de julho do próximo ano, começamos a trabalhar o Mato Grosso e Rondônia, de tal forma que daqui a dois anos se tenha toda essa área coberta com o programa ? afirmou.
Segundo a governadora Ana Júlia Carepa, apesar de o projeto piloto lançado começar com 19 mil fazendas, o Estado já tem mais de 50 mil propriedades rurais georreferenciadas, e pretende chegar a 80 mil até o fim do ano.
Além dos governos federal e estadual, o programa tem outros parceiros, como a Associação Brasileira de Supermercados (Abras), os frigoríficos Bertin e JBS-Friboi, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a Federação da Agricultura e Pecuária do Pará, o Inmet e a Embrapa.
A ideia do programa ganhou força depois que, em junho deste ano, três grandes redes de supermercados – Pão de Açúcar, Carrefour e Wal-Mart – decidiram suspender a compra de carne de 11 frigoríficos localizados em áreas apontadas pelo Ministério Público Federal (MPF) no Estado como de desmatamento.