? Na outra ponta, o produtor está na defensiva, apostando em preços mais atrativos no pico da entressafra, e protegido de uma eventual retração de preços, pelos contratos de opção com vencimentos no final de fevereiro e de março ? explica o analista da agência Safras e Mercado Elcio Bento.
No interior do Paraná as cotações fecharam a semana entre R$ 540 e R$ 560 por tonelada, para retirada imediata e com reportes de negócios no norte até R$ 585 por tonelada para embarque em maio. Em relação ao mesmo período de janeiro, os preços no Estado estão entre 15% e 20% superiores.
Comparado ao mesmo período de 2008, a cotação ainda é 11% inferior. No Rio Grande do Sul, a tonelada do cereal de melhor qualidade é cotada próxima a R$ 490 por tonelada, com uma alta de 11% em relação ao mesmo período de janeiro e uma retração de 2% em relação ao ano anterior.
? A tendência para os próximos meses segue sendo de alta nas cotações. Isso porque, com uma produção nacional de 5,9 milhões de toneladas, a indústria terá que comprar 4,8 milhões de toneladas no exterior ? complementa o analista.
Conforme Bento, deste volume no máximo 3,5 milhões de toneladas serão adquiridas no Mercosul. O restante (1,3 milhão) terá que vir do Hemisfério Norte, possivelmente com preços mais altos.
Pela paridade de importação, os produtores nacionais têm suporte para esperar cotações mais firmes.
? A intensidade e a confirmação desta elevação, no entanto, dependerá do comportamento dos preços internacionais e do câmbio no Brasil. Além disso, as atenções seguirão voltadas para a Argentina, no aguardo do anúncio de novos registros de exportações ? conclui.