Levantamentos da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados nessa terça, dia 10, confirmam projeções anteriores de prejuízos em soja e milho.
O superintendente da Conab no Estado, Glauto Lisboa Melo, informa que as perdas no milho estão consolidadas, mas a expectativa em relação ao arroz e à soja ainda pode variar. A chuva das últimas semanas deve trazer efeitos positivos para o arroz, destaca Melo, mas para a soja as chances de reverter as perdas são cada vez mais reduzidas.
Vem do Rio Grande do Sul cerca de 60% da quebra de 10 milhões de toneladas na safra brasileira de soja, estima o corretor de cereais da Safras Corretora, Jorge Estrázulas. Outros 40% ficariam com Paraná e Mato Grosso.
– A diminuição da safra sul-americana pesou no mercado. A Bolsa de Chicago reagiu, indo para US$ 14,50 o bushel da soja. A alta na cotação gerou disputa acirrada – explica.
Apesar das previsões, ainda é cedo para projetar o efeito da quebra de safra no PIB gaúcho. O economista da Fundação de Economia e Estatística (FEE) Sérgio Fischer explica que, embora existam indicativos de crescimento menor da economia gaúcha, outros fatores podem reverter o quadro, como o preço final de venda, a quantidade efetiva e a exportação.
– Quando a agricultura vai mal, a economia gaúcha vai mal. Mesmo assim, dimensionar o impacto agora é impossível – pondera Fischer.
Apenas 0,5% foi exportado na comparação com 2011
A queda na exportação é um dado que reforça a tendência dos efeitos na economia. Segundo o economista da Farsul Antônio da Luz, os dados atuais apontam para um forte impacto no PIB.
De janeiro a março deste ano, o Rio Grande do Sul já exportou US$ 448,69 mil de soja em grãos, ante US$ 91,7 milhões em 2011. O valor atual representa apenas 0,5% dos embarques no mesmo período no ano passado.
– É grande a probabilidade de termos um crescimento menor. Porém, se as políticas funcionarem do jeito que o governo planeja, a situação tende a melhorar – pondera Luz.