Na área localizada no Passo Real, Moraes cultiva 1,2 mil hectares entre trigo, aveia e soja. O grão dourado domina a lavoura. São 800 hectares, 200 herdados do milho, abandonado por enquanto.
? O dólar baixo segura o preço da soja, que mesmo assim tem um bom valor. Existe demanda internacional, em especial da China. No entanto, é ano de La Niña, e haverá queda de produtividade. De olho em maior rentabilidade, o produtor quer colher mais na mesma área, e investir em tecnologia ajudará nisso ? explica Ernesto Irgang, gerente de desenvolvimento e suporte estratégico da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) no Estado.
O caminho é investir em tecnologia, aproveitando outro reflexo do câmbio. A desvalorização da moeda americana puxa para baixo o preço dos insumos, com matéria-prima importada. A queda reflete no mercado. Conforme o Sindicato da Indústria de Adubos do Estado (Siargs), de janeiro a outubro deste ano foram vendidos 2,6 milhões de toneladas de insumos, 6,87% a mais em relação ao mesmo período de 2009. No país, a alta é de 6,37%.
? Na última safra, paguei R$ 1 mil pela tonelada do adubo. Na atual, custou R$ 740 ? destaca Moraes, à espera dos resultados, pois quer passar de 42 para 52 sacas colhidas por hectare.
A alta se encaixa nas contas do técnico agrícola Adeleir Antonio Pedrassani, da Emater de Salto do Jacuí.
? Uma lavoura bem adubada pode render 20% a mais de soja. Profissionaliza o plantio ? afirma Pedrassani.
Para a safra de verão, o trabalho de Moraes começou em junho, pelo uso do calcário, a fim de corrigir o solo. O material reduz a acidez e facilita a absorção do adubo, empregado durante o plantio, em outubro e novembro. O resultado sairá na colheita, em fevereiro. Até lá, o produtor espera que o investimento ajude a atenuar as perdas causadas pelo clima.