O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) divulgou relatório de oferta e demanda de grãos nesta segunda-feira (12). De acordo com o sócio-diretor da Agrinvest Commodities, Marcos Araújo, o destaque foi para o milho e para a soja.
Houve uma redução de produtividade do cereal de três sacas por hectare nas lavouras dos Estados Unidos. Assim, a produção do grão no país norte-americano caiu 10,5 milhões de toneladas.
“No entanto, outros cereais usados para ração animal, como o trigo e o arroz, não tiveram uma queda tão acentuada. Por isso, neste momento, o milho em Chicago está com uma alta de apenas quatro centavos de dólar por bushel”, destaca.
Por outro lado, a soja apresentou uma alta expressiva de, praticamente, 50 centavos de dólar por bushel.
Olhar do mercado
Segundo Araújo, o mercado estava apreensivo quanto aos cereais em nível global pela quebra de safra do milho na Europa e clima adverso na Ásia, principalmente a China.
“Por surpresa, o USDA trouxe um aumento de três milhões de toneladas na estimativa de produção de milho na China e trouxe uma redução na produção de arroz, ou seja, o clima seco afetou a lavoura de milho e não a de arroz, na visão do USDA, coisa que a gente não concorda”, salienta.
Soja
A respeito da soja, o sócio-diretor da Agrinvest destaca que houve redução na estimativa de produtividade norte-americana em 1,6 sacas por hectare e a produção foi diminuída em 4,160 milhões de toneladas.
“O importante é que os estoques finais para a temporada que vem ficaram em apenas 5,440 milhões de toneladas, um estoque baixo de apenas 4,5%. Portanto, qualquer ameaça climática que houver na América do Sul, com a expectativa de terceiro La Niña, a demanda internacional por soja, falando de China, migraria para os Estados Unidos e enxugariam ainda mais os estoques, com os preços se comportando em alta”, considera.
Desta forma, Araújo salienta que a reserva de segurança de soja no mundo está muito baixa.