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Rossi defende aumento de produção contra alta de preços de alimentos

Volatilidade dos valores das commodities é vista como ameaça ao crescimento global pelo G-20Qualquer tentativa de se regular os preços das commodities não vai limitar a volatilidade dos preços dos alimentos, afirmou o ministro da Agricultura brasileiro, Wagner Rossi, em entrevista antes da reunião de ministros do grupo das 20 maiores economias do mundo (G-20), que ocorre nesta quarta e quinta, dias 22 e 23, em Paris. Ele avalia que a melhor forma de combater as flutuações irregulares de preço é ampliar dramaticamente a produção de alimentos.

? A experiência do Brasil, que não é diferente da experiência de outros países do mundo, mostra que o único instrumento capaz de reduzir a volatilidade dos preços dos alimentos é aumentar a produção ? disse.

A França, que preside o G-20 neste ano, transformou em prioridade o controle da volatilidade dos preços das commodities, que considera uma das principais ameaças ao crescimento econômico global.

O ministro da Agricultura francês, Bruno Le Maire, pretende discutir com seus colegas do G-20 um plano de ação que envolve elevar a produção de alimentos, melhorar a transparência dos mercados físicos de commodities por meio da criação de uma base de dados sobre os estoques, estabelecer reservas de emergência para propósitos humanitários, e aumentar a supervisão dos mercados de derivativos de commodities.

Rossi afirmou que, embora o Brasil concorde com a maioria das propostas da França, alerta que tais medidas não devem ser usadas para regular os preços, o que considera contraprodutivo.

? Nossa discordância está na possibilidade de intervir para regular ou conter os preços. Nos últimos 30 anos, os preços dos alimentos nos mercados emergentes foi baixo e, durante esse período, nenhum país rico se ofereceu a ir ao Brasil para discutir como aumentar as receitas dos produtores ? declarou.

O Brasil pretende representar um papel significativo no encontro de ministros do G-20, diante da necessidade de se ter uma oferta global de alimentos maior nos próximos anos, aumentando a produção, segundo Rossi. Ele reiterou que intervenções para regular os preços dos alimentos estão fadadas ao fracasso e eventualmente podem resultar num aumento dos preços.

? Toda vez que você ameaça os produtores de regular os preços dos alimentos, isso pode funcionar por um ano, mas leva a uma produção menor e a preços mais altos no ano seguinte ? completou.

Mesmo que o presidente da França, Nicolas Sarkozy, tenha dito em diversas ocasiões que seu país não pretende regular os preços agrícolas, os comentários do ministro brasileiro mostram que os produtores de alimentos dos países emergentes, que têm se beneficiado da recente alta das commodities, permanecem cautelosos com a possibilidade de que a agenda da França para o G-20 contenha o crescimento econômico.

Rossi também expressou alguma precaução com o plano da França de fortalecer a supervisão dos mercados de derivativos de commodities, embora tenha dito que seria uma boa ideia colocar a questão em discussão.

? O Brasil é contra a especulação em commodities, mas o uso de instrumentos financeiros que permitem aos produtores aumentar as receitas com a produção de alimentos também pode ser uma coisa positiva ? explicou o ministro, ponderando que neste momento o Brasil não está muito preocupado com tais mecanismos financeiros.

A França defende a repressão da especulação sobre commodities alimentares e acusou a expansão meteórica dos mercados de derivativos de commodities – cujo tamanho supera o dos mercados físicos – de impulsionar a volatilidade dos preços. Falando à rádio francesa Europe 1, nesta quarta, 22, o ministro Le Maire mostrou que espera discussões difíceis no encontro do G-20.

Rossi acrescentou que o Brasil apoia, a princípio, a proposta francesa de criar uma base de dados sobre os estoques de alimentos, para dar mais transparência aos mercados físicos. O Brasil também apoia o plano da França de criar reservas de emergência. Rossi acredita que isso poderia ser operado como um fundo por meio do qual os países do G-20, ou os mais ricos entre eles, poderiam comprar estoques de alimentos nos mercados.

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