A produção brasileira de soja deve receber um incremento na safra 2022/23, atingindo recorde de 152,6 milhões de toneladas, quase 20% a mais que o alcançado no ciclo anterior. Os números partem da primeira estimativa divulgada pela consultoria StoneX, nesta segunda-feira (1).
“Esse recorde seria resultado de um crescimento de 3,9% na área plantada, somado a uma recuperação da produtividade média nacional para 3,56 toneladas por hectare”, avalia a especialista de Mercado do grupo, Ana Luiza Lodi.
Aumento de área geral de soja
A consultoria destaca que são esperados aumentos de área para todas as regiões do país, numa tendência que já vem sendo observada nos últimos anos. Por outro lado, o custo dos insumos se mantém elevado e o clima está no radar, após dois anos consecutivos de La Niña.
Uma safra recorde, acima de 150 milhões de toneladas, deve ser acompanhada também de uma demanda mais forte. Apesar de haver indefinições rondando o mercado, como a possibilidade de uma recessão global, a StoneX estima que as exportações de soja possam atingir 100 milhões de toneladas no próximo ano.
O consumo doméstico também deve continuar avançando, com os estoques finais estimados em 6,5 milhões de toneladas. Para a safra 2021/22, a StoneX trouxe um pequeno ajuste no rendimento de Mato Grosso do Sul, refletindo-se na produção.
Safra de milho
Apesar de haver uma expectativa de leve redução na área plantada do milho na próxima temporada, que deverá perder espaço para a soja especialmente nos estados do Sul e Sudeste, espera-se uma produção de 30,3 milhões de toneladas na 1ª safra 2022/23, 14,8% acima do estimado para o ciclo anterior.
Por outro lado, a consultoria ressalta que, considerando condições climáticas dentro da normalidade, acredita-se que o país possa obter uma rentabilidade média próxima de 7 t/ha, número consideravelmente acima do observado na primeira safra 2021/22, marcada por adversidades climáticas na região Sul.
“Vale destacar que os números estão sujeitos a grandes alterações, visto que o clima pode surpreender negativamente e ainda há tempo para mudanças na decisão de plantio”, pondera o analista de inteligência do grupo, João Pedro Lopes.
Mercado internacional
Segundo ele, em meio à expectativa de mais uma robusta produção na próxima temporada, espera-se que o país continue ampliando sua presença no mercado internacional, questão favorecida também pelas incertezas envolvendo a safra ucraniana e o acordo entre China e Brasil.
Além disso, a StoneX espera um aumento no consumo doméstico, com destaque para a demanda proveniente do setor de etanol. Mesmo com o aumento no consumo total, a consultoria projeta um aumento nos estoques de passagem para 14,15 milhões de toneladas.