Para a Unica, os fatores que estão levando à redução do volume da cana disponível para a moagem foram a idade avançada do canavial, com baixo rendimento agrícola; a estiagem ocorrida entre abril e agosto de 2010; a geada que atingiu as lavouras no final de junho nos estados de São Paulo, Mato Grosso do Sul e do Paraná; e o florescimento do canavial, fenômeno induzido por condições de temperatura, umidade e radiação solar específicas que tem atingido lavouras do Centro-Sul do país, reduzindo a produtividade e a concentração de açúcar na cana.
“Vamos monitorar essa evolução de perto e, se necessário, faremos novos ajustes e correções na estimativa de safra”, informou a Unica, em nota. De acordo com a entidade, 46,94% da cana que está sendo colhida serão destinados à produção de açúcar, mais do que foi previsto no início da safra (45,56%), e 53,06% para a produção de etanol.
O diretor da Unica que representa a indústria de cana-de-açúcar, Antônio de Pádua Rodrigues, explica que outro problema contribuiu para a revisão da safra.
? Hoje, grande parte da área canavieira da região Centro-Sul está florida. O florescimento leva à menor produtividade tanto agrícola, quanto industrial, por hectare ? disse Antônio de Pádua Rodrigues.
A produção de açúcar deve atingir 32,38 milhões de toneladas ao final do ciclo, queda de 3,35% em comparação à safra 2010/2011 (33,5 milhões de toneladas). A produção de etanol deve atingir 22,54 bilhões de litros, queda de 11,19% na mesma comparação (25,38 bilhões de litros).
Devem ser destilados 13,99 bilhões de litros de etanol hidratado e 8,55 bilhões de litros de etanol anidro, volumes considerados suficientes para atender ao mercado doméstico, sem incluir as importações. Já a exportação de açúcar deve atingir 23,13 milhões de toneladas, enquanto os embarques de etanol devem ser reduzidos para 1,35 bilhão de litros, queda de 23,60% em comparação com o volume exportado no ano passado.
? O que está havendo é uma priorização da produção do etanol anidro em detrimento da produção do etanol hidratado. Enquanto que, nós estamos produzindo 11% a mais de etanol anidro do que no ano passado, nós estamos produzindo 18% a menos de etanol hidratado. Isso permite que haja um contingente de anidro suficiente para manter os níveis atuais de 25% na mistura com a gasolina ? observou Antônio de Pádua Rodrigues.
Neste momento, a tendência do preço do combustível é se manter equilibrado até a entressafra.
? A tendência é uma estabilidade desses preços e um pequeno ajuste na entressafra de 2012. Mas, no momento, os preços devem se manter nesses patamares, com ligeiros aumentos ao longo do tempo ? disse Tarcilo Rodrigues, diretor da Bioagência.