Investidores milionários inflaram os preços da soja, do milho e do trigo, pois tudo era objeto de aplicação financeira. Agora, com a previsão de boa safra nos Estados Unidos e queda nos preços, eles estão se retirando das bolsas de valores e, com isso, derrubando ainda mais as cotações. Muitas cooperativas já estão com estoques de semente, adubo e outros insumos, mas a próxima safra é uma preocupação.
Para muitos produtores e especialistas, o investimento de milhões dos fundos de pensão em commodities, especialmente os grãos, distorceu um mercado que era regulado pela lei básica de oferta e procura, junto com alguns estoques reguladores. A saída dos especuladores deste cenário pode provocar um período de readaptação, com algum prejuízo para o produtor.
O presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Londrina, Narciso Pissinatti, diz que os especuladores são um problema a mais para quem já tem que enfrentar o alto preço dos fertilizantes e a logística deficitária do país. Já para o presidente da cooperativa de Rolândia (Corol), Eliseu de Paula, quem optou pela troca da safra pode sentir menos os efeitos da movimentação dos investidores no setor.