No caso do milho, a saca de 60 quilos, que tinha preço médio de R$ 26, passou para até R$ 30. O produto colhido na região das Missões já apresenta preços variando entre R$ 29,50 e R$ 30. Alta que deve durar até o fim de fevereiro ou o início de março. Conforme o analista Felipe Netto, da consultoria Safras & Mercado, a partir de março produtores de outros Estados entram no mercado, obrigando gaúchos a baixar o preço.
– Por enquanto, paranaenses e paulistas estão cumprindo contratos assinados no ano passado. Depois, é que entram de fato na venda de balcão.
O valor da soja também deve mudar. Em razão das perdas nas safras gaúcha e argentina, dois grandes produtores, o bushel (medida equivalente a 27,21 quilos) deverá passar dos US$ 13 (R$ 23,01). No entanto, pondera o consultor Carlos Cogo, a cotação não deverá atingir o recorde registrado em 2008, quando o bushel chegou a US$ 16,60. A crise financeira na Europa e nos EUA esfria a demanda.
Nessa terça, dia 17, o preço ficou em US$ 11,83 (R$ 20,93) o bushel para contratos que vencem em fevereiro, considerado normal para a época. No Estado, a soja que está sendo vendida foi colhida antes dos efeitos da seca, por isso, não teve impacto grande no preço – a saca de 60 quilos é comercializada a R$ 47.
– Trabalhamos, em um cálculo otimista, que chegue a R$ 50 ou pouco mais. Valor ainda vantajoso para o Estado – afirma o analista Luiz Fernando Gutierrez, da Safras & Mercado.
Nesta quinta, dia 19, uma reunião na Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul) apresentará um novo relatório sobre as perdas gaúchas e debaterá os preços dos grãos. Por parte do governo, uma reunião extraordinária do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES) foi convocada pelo governador Tarso Genro para tratar da seca. A ideia é apresentar sugestões sobre o assunto. O encontro ocorre no Palácio Piratini em 24 de janeiro.
Nessa terça, beneficiários do Bolsa-Família afetados pela seca começaram a receber o valor antecipado.