Segundo o coordenador de defesa vegetal da CDA, Mário Sérgio Tomazela, uma auditoria no viveiro em Limeira apontou a suspeita de cancro em um porta-enxerto – planta cítrica utilizada na parte inferior do enxerto. Após a confirmação, no dia 25 de maio, 170 mil porta-enxertos foram destruídos.
? O viveiro segue em quarentena por dois meses para avaliarmos se houve a transmissão da doença para mudas ? disse Tomazela.
O último caso de cancro em viveiros ocorreu em outubro de 2008, também em Limeira. Das 650 mil mudas do estabelecimento, 280 mil foram eliminadas à época. O retorno do cancro em viveiros paulistas ocorre após o governo afrouxar as regras para o controle da doença no Estado de São Paulo. Entre 1999 e junho de 2009 era obrigatória a erradicação de todas as árvores com cancro em um raio de 30 metros de distância de uma área contaminada e ainda de todo um talhão – com cerca de 2 mil árvores – caso o índice de contaminação chegasse a 0,5%. Por pressão dos citricultores, a Secretaria da Agricultura de São Paulo revogou a determinação referente aos talhões.
O ressurgimento do cancro em viveiros ocorre também após a CDA assumir toda defesa sanitária em citros no Estado, região que é a maior produtora mundial de laranja. Causado pela bactéria Xanthomonas axonopodis pv. citri, o cancro cítrico ataca todas as variedades e espécies de citros e é uma das mais graves doenças da citricultura. A doença manifesta-se por lesões em folhas, frutos e ramos, e pode provocar a queda de frutas e folhas com sintomas.