Oficialmente, o Rio Grande do Sul colheu 1.813.314 toneladas na safra 2009. Desse montante, entre 200 mil a 300 mil toneladas não foram vendidas.
? Hoje, o mercado está muito parado. Há problema porque é preciso espaço para a soja, que está chegando e não tem local para armazenar. Isso inclusive acaba empurrando o preço do trigo para baixo ? comenta o diretor da Capital Corretora, Farias Toigo.
Até fevereiro, o governo federal realizou leilões do programa Prêmio para Escoamento de Produto (PEP). Pelo programa, as indústrias que compram o cereal do produtor ou cooperativa por um preço mínimo fixado são remuneradas. Nos moinhos, a alegação é de que a aquisição do produto nos leilões ultrapassou a necessidade. Além disso, a indústria ainda não foi remunerada pelo governo.
? Quem está no mercado hoje, ou está pagando barato ou não está adquirindo trigo, como é o caso da maior parte dos moinhos. A indústria não tem motivo para comprar porque já está com o estoque alongado por dois, três meses, com o trigo do PEP ? conta o presidente do Sindicato das Indústrias de Trigo do Estado, Gerson Pretto.
Safra gaúcha seria superior à estimada por órgãos oficiais
Segundo Pretto, o governo garantiu preço mínimo em 92% da safra.
Para o presidente da Federação das Cooperativas Agropecuárias do Rio Grande do Sul, Rui Polidoro Pinto, o problema maior é que a safra gaúcha é superior ao que está sendo considerado pelos órgãos oficiais. Polidoro acredita que o montante foi de 2 milhões de toneladas.
? Para que ocorram novos mecanismos de comercialização do governo, é preciso que se acredite que tem mais essas 200 mil toneladas. Vamos ter que provar ? reforça.