Acompanhe abaixo os fatos que deverão merecer a atenção do mercado de soja na semana que vem. As dicas são do analista da Safras Consultoria, Luiz Fernando Gutierrez Roque.
– Os players do mercado da soja continuam com as atenções divididas entre os trabalhos de colheita e desenvolvimento final da safra sul-americana, sinais de demanda dos EUA e novidades sobre o conflito entre Rússia e Ucrânia. Os players também digerem os números do relatório do USDA de abril, divulgado nesta sexta-feira (8).
– A colheita continua avançando em bom ritmo na maior parte dos estados brasileiros, revelando grandes produtividades no Centro-Oeste e no Sudeste, onde os trabalhos avançam para as últimas áreas. No Sul, os trabalhos estão atrasados, e o avanço das máquinas continua confirmando grandes perdas
produtivas em boa parte das lavouras do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. Estamos chegando perto da consolidação da produção brasileira, que deve ficar em torno de 125 milhões de toneladas.
– Na Argentina, os trabalhos de colheita ainda estão em fase inicial, mas a melhora climática das últimas semanas parece ter impedido o avanço das perdas produtivas em importantes províncias produtoras. Apenas um avanço maior da colheita irá revelar qual o verdadeiro tamanho das perdas nesta temporada.
– A demanda pela soja norte-americana continua firme em um ambiente de compensação pela menor oferta sul-americana. Novas vendas de soja para a China voltaram a ser anunciadas nesta semana, e devemos ver a continuidade deste quadro.
– O relatório do USDA de abril não costuma trazer grande impacto para o mercado, e não foi diferente desta vez. O órgão confirmou o sentimento do mercado e reduziu os estoques norte-americanos frente à maior demanda, embora o corte tenha sido um pouco menos que o esperado. Com relação à safra do
Brasil, o USDA confirmou a estimativa de 125 milhões de toneladas esperada pelo mercado. Já com relação à safra argentina, o órgão trouxe uma manutenção do número (43,5 milhões de t.), enquanto o mercado esperava por um corte (42,6 milhões de t.).
– De qualquer forma, o mercado deu pouca atenção aos números do relatório de abril, pois já olha para a nova temporada dos Estados Unidos. Os primeiros números da nova temporada serão conhecidos em maio. Daqui para frente, o clima sobre o cinturão produtor dos EUA cresce como fator de influência sobre Chicago, devendo trazer grande volatilidade.
– Neste momento, Chicago manteve o tom positivo amparado em fatores técnicos e em uma possível greve de transportadores na Argentina, fator que entendemos ser “fraco” para trazer suporte. É possível vermos ajustes negativos na próxima semana.