A Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT) foi surpreendida nesta quinta com preços em forte baixa nos contratos futuros da soja. A previsão de clima favorável às lavouras americanas e o cenário financeiro de aversão ao risco fizeram o mercado fechar perto das mínimas do dia.
Os investidores ignoraram os bons números para as exportações semanais americanas e as novas vendas por parte de exportadores privados. Segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), as vendas líquidas semanais americanas somaram 2,21 milhões de toneladas na semana passada. O mercado previa um número entre 900 mil e 2 milhões de toneladas.
Além disso, houve anúncio de novas operações de venda por parte do setor privado americano. Dessa vez, foram 263 mil toneladas para a China e 148,59 mil para o México. Agora já são 10 dias consecutivos de vendas.
Mas a preocupação com a recuperação da economia mundial, em meio ao aumento dos casos da variante delta do coronavírus, fez com que os investidores buscassem opções mais seguras. Fundos e especuladores se desfizeram de posições em commodities e buscaram o dólar.
Completando a pressão, as notícias vindas da crop tour da Pro Farmer também são baixistas. As lavouras de soja em Illinois, na região central dos Estados Unidos, estão com desenvolvimento melhor neste ano, na comparação com a média dos últimos três anos e ante ao ano passado.
Estado das lavouras
A contagem de vagens da soja chega a 1.279,79 em uma área de três pés por três pés, ante 1.191,33 de média dos últimos três anos. No ano passado, o Crop Tour estimou a contagem de vagens em 1.247,38 em uma área de três pés por três pés.
As lavouras de soja na parte oeste de Iowa, estado no oeste dos Estados Unidos, estão com desenvolvimento melhor neste ano. A contagem de vagens da soja soma 1.089 em uma área de três pés por três pés na primeira amostra, 1.225 na segunda e 1.367 na terceira. Na média dos últimos três anos, a
contagem de vagens atinge 1.063, 1.211 e 1.276, respectivamente. No ano passado, somavam 1.013 na primeira, 1.177 na segunda e 1.164 na terceira.
A Pro Farmer não avalia o potencial de produtividade das lavouras americanas devido à indefinição de uma série de fatores que podem prejudicar o rendimento. Agosto é um mês crítico para a definição do potencial produtivo.
Hoje a expedição está visitando a Iowa e Minnesota. Os números finais serão divulgados amanhã.
Os contratos da soja em grão com entrega em setembro fecharam com baixa de 35,25 centavos de dólar por bushel ou 2,59% a US$ 13,23 por bushel em Chicago. A posição novembro teve cotação de US$ 13,20 por bushel, com perda de 33,25 centavos ou 2,45%.
Nos subprodutos, a posição setembro do farelo fechou com baixa de US$ 6,10 ou 1,7% a US$ 351,50 por tonelada. No óleo, os contratos com vencimento em setembro fecharam a 60,60 centavos de dólar, perda de 1,33 centavo ou 2,14%.