Com novas projeções sobre a produção de soja no Brasil e na Argentina, o foco fundamental do mercado neste momento é a colheita e o final de desenvolvimento da safra da oleaginosa na América do Sul.
Acompanhe abaixo os fatos que deverão merecer a atenção do mercado de soja na semana que vem. As dicas são do analista da consultoria Safras & Mercado Gil Barabach.
- A Safras & Mercado reduziu a previsão de produção no Brasil para 127 milhões, e a da Argentina para 40 milhões de toneladas. Esse corte na produção da América do Sul implica recuo na exportação e estoques mais baixos, o que reforça o sinal de aperto na oferta;
- O quadro produtivo ainda está em aberto. Preocupam as chuvas irregulares ao longo de fevereiro, assim como março é determinante para as lavouras mais tardias do Rio Grande do Sul;
- A posição maio/2022 rompe a importante linha de US$ 16 por bushel e ganha força técnica na Bolsa de Chicago. O desafio de alta é vencer o topo de US$ 16,34 por bushel e avançar em direção a novas máximas. Atenção ao suporte em US$ 15,51 por bushel. Nesta segunda-feira (21), a bolsa não abrirá devido ao feriado do Dia do Presidente nos Estados Unidos;
- O mercado continua firme no curto prazo, com sinalização de acomodação negativa ao longo do segundo semestre, por conta da perspectiva de melhora na oferta com a chegada da safra norte-americana;
- Os preços altos em Chicago tendem a aumentar o interesse pela soja nos EUA. O USDA divulga a primeira intenção de plantio norte-americano no final de março. No radar dos operadores, o spread invertido da soja em Chicago;
- Também é importante destacar o prêmio alto para a soja negociada nos portos brasileiros, o que resulta em base FOB porto extremamente atraente ao vendedor. Em Paranaguá, no Paraná, o prêmio do grão no spot está em 135 cents; em Rio Grande, chega a 200 cents. O que está bem acima do normal para a entrada de safra, justificado pela pouca disponibilidade física;
- O dólar segue pressionado pelo fluxo externo positivo. A alta nas commodities, os ativos baratos na B3 e, principalmente, as operações de “carry trade”, com investidores aproveitando a taxa Selic elevada justificam a apreciação do real frente à moeda americana. Já o tom ameno do Fed também ajuda a tirar o peso da expectativa de alta dos juros nos EUA, que deve trazer força, novamente, ao dólar, especialmente frente às moedas emergentes.