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Soja Brasil

Soja: cultivo em sulco tem rendido 106 sacas por hectare no RS

Sistema já é implantado em 500 mil hectares no estado. Veja quanto custa para implantar em uma lavoura, os benefícios e riscos

Nesta safra, a área de soja no Rio Grande do Sul avançou cerca de 100 mil hectares sobre as regiões de terras baixas em comparação à temporada anterior. Agora, são 500 mil hectares cultivados neste sistema, de acordo com o Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga).

Pesquisas vem aperfeiçoando o cultivo da oleaginosa em sulco, ou seja, quando o solo está um pouco mais baixo entrelinhas. Com o controle da umidade, a técnica tem alcançado bons resultados de produtividade.

O técnico agrícola Emerson Peres é um estudioso desse sistema. Ele arrendou uma área de 70 hectares, em Camaquã, que estava degradada. “O sulco pode ser trabalhado em diversas dimensões. Aqui nesta área temos a largura de 1m 35 cm que comporta as plantadeiras tradicionais que têm 45 cm de largura entrelinhas, na qual duas linhas ficam centralizadas em cima do camalhão e a que cai no sulco é desativada e, assim, sucessivamente”, explica.

Como funciona?

soja sulco
Fotos: Reprodução Canal Rural

Para que esse sistema opere é fundamental que o solo esteja suavizado ou nivelado. Funciona da seguinte forma: pelos valos ou sulcos a soja consegue receber água da irrigação e também escoar a chuva quando acontecem altas precipitações. Isso garante que o grão mantenha o seu potencial produtivo mesmo em anos de estiagem, como ocorreu nesta safra.

A soja de Peres está com bastante vagens e sem sinais de seca. A água entra na hora certa. São colocados tubos na margem da lavoura e a irrigação entra no sulco de forma precisa, conforme a necessidade. A técnica sulco, ou sulco camalhão, quando há uma elevação do solo onde vai a raiz da planta, é estudada pela Embrapa há três safras.

Segundo o pesquisador da Embrapa Clima Temperado, José Maria Parfitt, trata-se de um processo irreversível em função dos resultados obtidos. “O produtor sabe que vai lucrar com isso. E outra coisa muito importante é que combina muito bem com o arroz porque numa resteva de soja em sistema sulco camalhão você só vai entaipar a lavoura e plantar arroz”

Custo de implantação

O Rio Grande do Sul conta com 70 mil hectares com a técnica e os resultados são animadores, com cerca de 30 sacas a mais por hectare e produtividade de 106 sacas por hectare. Os custos são relativamente baixos:

  • Suavisar o solo: média de 5 sacas/ha e só precisa ser feito no primeiro ano
  • Politubo: custa de duas a quatro sacas/ha
  • Sulcadora: a partir de R$ 60 mil

O sistema atraiu um grupo de produtores do Paraguai que também cultiva grãos em terras baixas. “Isso é fantástico. Hoje já trabalhamos com irrigação em soja mas nossa preocupação maior é em momentos onde há muita água. Para nós, isso aqui seria o futuro. Nós do Paraguai, quando viajamos ao Brasil, estamos vendo o futuro. Vemos os acertos e os erros para não repetir”, destaca o produtor paraguaio Cristian Reinecke.

Técnica já utilizada nos Estados Unidos

No sulco também pode ser plantado milho e trigo, em sucessão ou rotação de culturas. A técnica já é muito usada nos Estados Unidos e também aparece em países como Uruguai e Argentina.

No Brasil, além do Rio Grande do Sul, há alguns experimentos em Mato Grosso do Sul. O pesquisador Parfitt, da Embrapa, alerta que este é um sistema viável somente para terras baixas e não é viável em outras áreas produtivas em função da declividade e absorção de água do solo.

O técnico agrícola Emerson Peres também pondera que um único evento de precipitação alta pode trazer um grande problema neste sistema, acabando com até 60% do potencial produtivo da soja.

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