No Brasil, a expectativa é grande para a colheita de soja. Estimativas recentes da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) apontam um volume de produção em torno de 153,5 milhões de toneladas na safra 2022/23.
Com cerca de 43,2 milhões de hectares em todo país dedicados à oleaginosa e o plantio autorizado, em muitas áreas, desde 15 de setembro, os agricultores devem estar atentos à fase final de manejo e à colheita.
Com o intuito de auxiliar neste período, o gerente sênior de Desenvolvimento Técnico de Produto de Soluções para Agricultura da Basf, Sérgio Zambon, preparou algumas orientações.
Veja 6 dicas
1. Tecnologia de aplicação: manutenção e regulagem de pulverizadores
A pulverização é uma das atividades que merecem atenção redobrada. Além das perdas que podem ser causadas pelo amassamento das culturas e má conservação dos equipamentos, é possível ter perdas financeiras e de produto devido às calibrações inadequadas.
Alguns procedimentos básicos devem ser tomados antes de iniciar a pulverização, como checar as condições climáticas ideais (temperatura entre 20°C-30°C, umidade 70%-90% e velocidade do vento de 3-10 km/h), além de usar água de boa qualidade.
2. Utilizar mão de obra capacitada para realizar as atividades
A mão de obra qualificada é um desafio constante para a agricultura. De acordo com a Norma Regulamentadora nº 12, as máquinas e os demais equipamentos precisam ser operados por profissionais devidamente habilitados, e esse tipo de capacitação é fornecida pelo empregador.
“O ideal é que produtores rurais ofereçam cursos técnicos profissionalizantes aos funcionários”, afirma Zambon, também destacando a importância da utilização do Equipamento de Proteção Individual (EPI) adequado. Os cursos geralmente disponibilizam as bases teóricas e práticas necessárias para que os trabalhadores consigam exercer sua devida função em segurança e garantindo a produtividade para o negócio.
3. Seletividade de produtos para o cultivo da soja
Existem dois tipos de seletividade: a ecológica, na qual se utiliza os produtos químicos de forma que não atinjam diretamente os inimigos naturais, baseando-se nas diferenças ecológicas e comportamentais entre ele e a praga. E a seletividade fisiológica, que é voltada às diferenças fisiológicas entre pragas, predadores e parasitoides.
A seletividade pode ser referente à dose utilizada ou ao modo de ação. E não menos importante é a seletividade dos produtos aplicados às plantas, optando pela escolha de insumos com formulações menos agressivas e que não provoquem injúrias às plantas. “É importante atentar-se a esse fator para pedir à equipe técnica responsável para verificar a seletividade dos produtos utilizados na lavoura”, garante o gerente.
4. Ficar de olho no clima
O manejo eficiente deve levar em conta uma série de fatores, entre eles o clima antes e durante a proteção das plantas. Evite realizar pulverizações horas antes da ocorrência de chuva, ou na presença de orvalho.
Ventos fortes também prejudicam o resultado final da pulverização, podendo deslocar as gotas para fora do alvo a ser atingido. De uma maneira geral, a temperatura ideal para a aplicação de soluções na lavoura está entre 20ºC e 30ºC e a umidade relativa do ar acima de 60%.
5. Planejar a colheita da soja
A má regulagem das colheitadeiras pode aumentar as perdas, fazendo crescer o número de plantas voluntárias e reduzir a margem de lucro do produtor. Por isso, é necessário se programar e fazer manutenções periodicamente, ficar atento à velocidade de operação, fazer o acompanhamento de eventuais perdas para entender o progresso do trabalho e, novamente, investir em capacitação de mão de obra para operar o maquinário.
6. Programar o transporte e armazenamento dos grãos
O armazenamento e transporte de grãos devem aparecer na lista de prioridades de todos os agricultores e cooperativas. Além do aspecto financeiro, também está em jogo a qualidade nutritiva do produto. É necessário, nessa fase, tomar cuidados com a umidade dos grãos, a limpeza, controlar pragas, fazer transporte em caminhões adequados e utilizar galpões lonados ou silos para armazenar a carga.