No oeste da Bahia, região com a maior presença de soja no estado, a colheita ainda é lenta. Apenas os produtores que anteciparam a semeadura logo após o término do vazio sanitário, em outubro, começaram a retirar os grãos do solo. Contudo, no momento, a preocupação tem sido outra: a presença de ferrugem asiática.
O alerta foi emitido pelo Programa Fitossanitário da Soja e Milho da Bahia, estado que, nesta safra 2022/23, conta com 1,860 milhão de hectares dedicados à oleaginosa. De acordo com o analista de campo da Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba), Marcus Neves, os primeiros esporos da doença foram identificados no dia 9 de janeiro.
No entanto, até este início de fevereiro, a doença foi identificada apenas na região do núcleo Roda Velha de Baixo, no município de São Desidério. Assim, a preocupação dos sojicultores está voltada para o manejo, já que o fungo é um dos mais agressivos a afetar a soja, podendo gerar perdas de até 90% nas lavouras.
Segundo a Associação dos Agricultores e Irrigantes da Bahia, os focos encontrados foram iniciais e as lesões nas plantas ainda podem ser tratadas. “Depois que o produtor encontra a ferrugem na lavoura de soja, um dos manejos que ele pode adotar é diminuir o intervalo da sua aplicação de fungicida. Outra opção é posicionar um novo fungicida de maior eficiência em sua área”, aconselha Neves.
Produção de soja na Bahia
O oeste baiano segue o cenário encontrado por todo o país. A colheita está no início e segue lenta, com menos de 1% da área total colhida até o momento. Assim, o mês de março deve ser o momento de finalização desses trabalhos.
Conforme estimativa divulgada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o estado deve produzir 7,5 milhões de soneladas de soja, com produtividade média apontada em 67 sacas por hectare, incremento de uma saca em relaçoa à temporada passada. “Até o momento, essa previsão permanece, até porque a colheita está iniciando. No momento temos 0,9% da área total de soja colhida”, afirma o analista.