Os contratos futuros da soja negociados na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT) fecharam a terça-feira com preços em alta. Na véspera do relatório de maio do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, o cenário fundamental deflagrou um movimento de compras por parte de fundos e especuladores, colocando a posição julho no melhor nível desde setembro de 2021.
O mercado aposta que os dados do USDA vão apontar a manutenção do aperto nos estoques globais da oleaginosa até 2022.
O Departamento vai divulgar as suas primeiras estimativas de oferta e demanda de soja americana para a temporada 2021/22. O mercado aposta em números de produção e estoques acima dos obtidos em 2020/21. O relatório de maio do Departamento será divulgado nesta quarta, 12, às 13h.
Analistas consultados pelas agências internacionais apostam em produção de 4,441 bilhões de bushels em 2021/22, superando a safra 2020/21, que está estimada em 4,135 bilhões de bushels. Para os estoques, a previsão é de elevação, passando de 120 milhões previstos em abril para 2020/21 para 132 milhões de bushels na nova temporada. O número para a temporada 20/21 pode ser cortado para 118 milhões, segundo avaliação do mercado.
Em relação ao quadro de oferta e demanda mundial da soja, o mercado aposta em estoques finais 2021/22 de 88,8 milhões de toneladas, superando as 86,9 milhões de toneladas indicadas para 2020/21. Esse último número não deverá ser modificado no próximo levantamento.
A produção brasileira de soja em 2020/21 deverá ter sua estimativa elevada de 136 milhões para 136,1 milhões de toneladas. A safra argentina pode ter corte, passando de 47,5 milhões para 46,7 milhões de toneladas. Ontem, o USDA divulgou relatório sobre a evolução de plantio das lavouras de soja. Até 9 de maio, a área plantada estava apontada em 42%. O mercado esperava o número em 40%. Na semana passada, o número estava em 24%.
Em igual período do ano passado, a semeadura era de 36%. A média é de 22%. Apesar da boa evolução do plantio, as condições climáticas preocupam, principalmente em função do adiamento na fase de emergência, o que pode prejudicar o potencial produtivo.
Os contratos da soja em grão com entrega em julho fecharam com alta de 27,25 centavos de dólar por libra-peso ou 1,71% a US$ 16,14 3/4 por bushel. A posição agosto teve cotação de US$ 15,53 por bushel, com ganho de 24,75 centavos ou 1,61%.
Nos subprodutos, a posição julho do farelo subiu US$ 4,70 ou 1,06% a US$ 447,00 por tonelada. No óleo, os contratos com vencimento em julho fecharam a 64,80 centavos de dólar, ganho de 0,96 centavo ou 1,5%.