Soja Brasil

Soja: preços da saca desabam em duas praças; confira as cotações

Quedas em Mato Grosso e Goiás foram as mais acentuadas dos últimos meses

Os preços da soja tiveram queda generalizada nesta quinta de poucos negócios no mercado brasileiro. Após o relatório do USDA, os contratos futuros despencaram em Chicago, pressionando os referenciais no Brasil. Diante desse quadro, os compradores saíram do mercado.

Em algumas regiões, a queda foi mais amena devido à alta do dólar. Porém, em outras, as perdas foram significativas, com a queda nos prêmios adicionando pressão:

– Passo Fundo (RS): a saca de 60 quilos baixou de R$ 173,00 para R$ 172,00

– Região das Missões: a cotação caiu de R$ 172,00 para R$ 171,00

– Porto de Rio Grande: o preço recuou de R$ 177,00 para R$ 176,00

– Cascavel (PR): o preço passou de R$ 171,50 para R$ 170,50 a saca

– Porto de Paranaguá (PR): a saca caiu de R$ 177,00 para R$ 175,00

– Rondonópolis (MT): a saca desabou de R$ 172,00 para R$ 163,50

– Dourados (MS): a cotação baixou de R$ 163,00 para R$ 161,00

– Rio Verde (GO): a saca despencou de R$ 169,00 para R$ 162,00

Chicago e a soja

Os contratos futuros da soja negociados na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT) fecharam a quinta-feira com preços acentuadamente mais baixos. O mercado foi pressionado pelo relatório de estoques trimestrais do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), que indicou número bem acima do esperado.

A posição novembro encerrou setembro com desvalorização de 2,82%. No trimestre, a commodity recuou 10,22%.

Os estoques trimestrais totalizaram 256 milhões de bushels. O volume estocado recuou 51% na comparação com igual período de 2020. O número ficou abaixo da expectativa do mercado, de 172 milhões de bushels. Do total, 68,1 milhões de bushels estão armazenados com os produtores, com queda de 52%. Os estoques fora das fazendas somam 188 milhões de bushels, com baixa de 51%.

A safra norte-americana de soja em 2020 foi revisada para cima pelo USDA. A produção está agora estimada em 4,216 de bushels, com aumento de 80,8 milhões de bushels frente à projeção anterior. Em toneladas, a produção está agora estimada em 114,75 milhões de toneladas.

A área plantada teve sua estimativa revisada para 83,4 milhões de acres. A área colhida está projetada em 82,6 milhões de acres. A produtividade média está agora estimada em 51 bushels por acre, com alta de 0,8 bushel.

As exportações líquidas norte-americanas de soja, referentes à temporada 2021/22, com início em 1 de setembro, ficaram em 1.093.900 toneladas na semana encerrada em 23 de setembro. A China liderou as compras com 776.500 toneladas.

Para 2022/23, as vendas ficaram em 7.800 toneladas. Os analistas esperavam exportações entre 700 mil e 1,2 milhão de toneladas, somando-se as duas temporadas.

Os contratos da soja em grão com entrega em novembro fecharam com baixa de 27,75 centavos de dólar por bushel ou 2,16% a US$ 12,56 por bushel. A posição janeiro teve cotação de US$ 12,65 1/2 por bushel, com perda de 28,00 centavos ou 2,16%.

Nos subprodutos, a posição dezembro do farelo fechou com baixa de US$ 12,50 ou 3,66% a US$ 328,70 por tonelada. No óleo, os contratos com vencimento em dezembro fecharam a 58,69 centavos de dólar, alta de 0,86 centavo ou 1,48%.

Câmbio

O dólar encerrou a sessão em alta de 0,34%, cotado a R$ 5,4490 para venda. Em dia de fechamento da Ptax (taxa na qual serão baseados os contratos do próximo mês), além do risco inflacionário doméstico que não se dissipa, a moeda norte-americana ganha força ante o real. Em setembro, o dólar valorizou 5,6%, enquanto, no trimestre, avançou 9,59%.