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Suinocultores do Distrito Federal vão adotar sistema de tratamento de dejetos

Produtores se preparam para instalar biodigestores com tecnologia para seqüestro de carbono, diminuindo a poluição produzida pelos dejetosA criação de suínos cresce em todo o país e, com ela, aumentam os dejetos que, se não receberem tratamento adequado, poluem cursos d'água e ainda contribuem para o agravamento do efeito estufa, responsável pela redução da camada de ozônio. Para se ter uma idéia do problema, cada grupo de cem suínos polui o equivalente a uma população de dois milhões de habitantes.

No Distrito Federal, os suinocultores estão assumindo práticas ecologicamente corretas para reduzir o impacto da atividade no meio ambiente. Os produtores que integram o Arranjo Produtivo Local (APL) de Suinocultura preparam-se para instalar biodigestores nas propriedades. Os equipamentos tratam os dejetos de suínos, que são utilizados na produção de biogás e biofertilizante. Isso viabiliza, inclusive, a entrada dos produtores no mercado de seqüestro de carbono.

No dia 18 de setembro um grupo de produtores de suínos do DF esteve na Federação da Agricultura e Pecuária (Fape-DF) para conhecer propostas de implantação da tecnologia dos biodigestores. A iniciativa foi uma ação do APL que é apoiado pelo Sebrae no DF, Associação de Suinocultores do DF (DFSuin), Sindicato de Suinocultores do DF (Sindisuinos), Emater, Senar e Fape-DF.

A instalação de biodigestores faz parte de um trabalho de implantação das licenças ambientais nas granjas de suinoculturas do DF. Alguns dos proprietários já deram entrada no Instituto Brasília Ambiental (Ibram) para receber a licença. Para consegui-la é necessário adaptar as estruturas para trabalhar com responsabilidade ambiental. É aí que entra o sistema de biodigestores, que ajuda nesse processo. No momento, os produtores estudam a tecnologia mais adequada.

Duas empresas apresentaram a tecnologia dos biodigestores para o grupo de empresários, a Get+ e a Trigás. Os representantes das empresas esclareceram que a solução é individual para cada produtor e que é o terreno que determina o projeto ideal.

Fonte de renda

Os biodigestores, além de melhorar as condições do meio ambiente, podem se transformar numa fonte de renda para o produtor. O biogás, resultante da fermentação da matéria orgânica gerada pela suinocultura, pode ser utilizado como fonte de energia elétrica. E o biofertilizante pode ser usado em substituição à adubação química.

? Com a instalação dos biodigestores passam de problema a solução, já que podemos economizar energia e adubo. A atividade passa a ser auto-sustentável. O que era um fator de desperdício passa a ser um fator de renda ? avalia o presidente da FAPE-DF, Renato Simplício.

O uso de biodigestores é incentivado pelo mecanismo de desenvolvimento limpo estabelecido pelo Protocolo de Kyoto, assinado em dezembro de 1997, no Japão, por diversos países membros da Organização das Nações Unidas (ONU). O documento estabelece diretrizes para criação de projetos do seqüestro de carbono, um mecanismo para redução do nível de gás carbônico na atmosfera.

A partir do projeto de instalação do sistema, as propriedades passam a adequar o tratamento de dejetos aos padrões internacionais, com a possibilidade de entrarem no mercado de crédito de carbono. Durante o encontro, a empresa Logicarbon explicou aos suinocultores como entrar no mercado. O recurso da venda dos créditos de carbono financia a aquisição do biodigestor, tornando o projeto auto-sustentável.

APL de Suinocultura do DF

O Projeto APL de Suinocultura do DF teve início em 2006 com o objetivo de qualificar granjas e indústrias para atender às demandas do mercado local, visando o aumento da produção e produtividade do DF e Entorno.

? Um dos principais pontos positivos do APL é a aproximação entre os produtores que tem uma possibilidade de trocar idéias e informações sobre a atividade. Estamos acompanhando números, a qualidade do produto, a rentabilidade e os cuidados com o meio ambiente ? avalia o suinocultor Ivo Jacó, que esteve na reunião do dia 18 de setembro.

A expectativa é que ao final de 2008, quando se encerra o projeto, a produção de carne suína tenha aumentado 30% nas propriedades participantes. Segundo a gestora do Sebrae no DF, Patrícia Ferreira, a idéia é criar um novo projeto para o triênio 2009/2011, dando continuidade às ações inciadas.

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