Superoferta de tomate faz preços despencarem em São Paulo

Segundo IEA, em um ano, preço do vegetal caiu 60%Produtores de tomate de São Paulo estão tendo mais despesas do que lucro. A super oferta do produto fez o preço despencar no último ano. Mas a expectativa é de que volte a melhorar para o produto no início do ano.

É o pico da colheita na lavoura produtor rural João Granjeiro, da cidade de Piedade (SP). Tem dias que ele tira até 270 caixas de tomate. O problema é que não adianta colher tanto e vender barato, diz ele. Hoje a caixa sai da propriedade por R$ 10,00.

? Estamos fazendo milagre. É difícil de pagar a loja e manter as pessoas que trabalham porque a gente trabalha em parceria.

Há tomate demais no mercado. No estado de São Paulo é a super oferta que explica a situação de produtores como João Granjeiro. Não faz muito tempo, em março, na entressafra nesta região, ele chegou a vender a caixa por R$ 50,00. Mas o problema agora não é só a maior oferta. É o custo também. Pra produzir um pé de tomate, o produtor desta região gasta no mínimo R$ 2,50. Para encher uma caixa ele precisa colher tomates de, pelo menos, cinco pés.

O custo para a produção de uma caixa chega a R$ 12,50. Além disso, um quilo de defensivo para usa na lavouras sai por R$ 245,00. E não é só isso.

? Tem também o custo do óleo diesel. É o custo do produto no geral. Montagem, estacas, arame. Tudo o que coloca hoje nas lavouras é caro ? diz Granjeiro.

O Instituto de Economia Agrícola (IEA) confirma a situação. Só no mês passado, o preço do tomate de mesa caiu mais de 18% em São Paulo. Se comparado com o início do ano, a diferença é ainda maior. Em janeiro a caixa de 22 quilos chegava a R$ 15, 20. Agora tem produtor recebendo até R$ 7,00. Em um ano, segundo o IEA, o preço do tomate caiu 60%. O que acontece é que o custo, de mais ou menos R$ 12,00 por caixa, não diminuiu.

? Existe a possibilidade dos preços melhorarem devido ao excesso de chuvas que possivelmente virá agora no verão, entrada de janeiro. Pode ser que os preços subam como aconteceu no ano passado ? diz o analista do IEA, Danton Leonel de Camargo.