No Acre, os registros de dengue passaram de 261 casos entre 1º de janeiro e 13 de feveriro de 2008, para 5,56 mil no mesmo período deste ano; na Bahia, de 2,9 mil para 9 mil; em Minas Gerais, de 3,5 mil para 6,2 mil; e no Espírito Santo, de 1,1 mil para 5,9 mil.
Temporão disse que o aumento se deve, entre outros fatores, à mudança de gestores ocasionada pelas eleições municipais realizadas em outubro do ano passado. Segundo ele, mais de 40% dos secretários de Saúde foram substituídos, o que pode ter colocado em risco a continuidade das ações.
? Evidentemente que alguma coisa falhou. Um fator importante foi a transição das prefeituras. O que pode ter havido também é que as pessoas tenham relaxado ? disse, ao citar o exemplo do Espírito Santo.
Questionado sobre a alta incidência de dengue na Bahia ? mais de 11.570 casos foram registrados nos dois primeiros meses do ano ?, o ministro afirmou que está preocupado, mas não surpreso, porque já havia municípios em situação de risco no estado. Temporão disse ter “certeza absoluta” de que houve descontinuidade na política de combate ao vetor da doença por parte dos prefeitos.
? Nessa mudança de gestão, muitas vezes, o calor da disputa eleitoral prejudica a boa implementação de políticas sociais. Não faltaram recursos. Estamos gastando R$ 1 bilhão com a dengue no Brasil. Aumentei em R$ 200 milhões os recursos para este ano. Fizemos treinamento de milhares de médicos e enfermeiros para que o diagnóstico seja feito precocemente.
Em relação ao Acre, o ministro lembrou que o Estado apresenta características climáticas que são uma espécie de “complicador” no combate à doença. Segundo ele, a situação poderia ser mais grave. Diante do alto número de casos a serem confirmados, Temporão avaliou que a estratégia agora deve ser a de evitar mortes por meio do diagnóstico precoce.