Mancha alvo, mofo-branco, antracnose e ferrugem asiática. Essas são algumas das principais doenças foliares que mais geram perdas à cultura da soja. Assim, para combater a incidência, os produtores brasileiros fazem diversas aplicações anuais de fungicidas químicos e, a cada ciclo, a resistência dos patógenos demanda o desenvolvimento de novos ativos para controlar esses alvos.
Para alcançar mais eficiência e rentabilidade, de forma sustentável, os produtores têm investido cada vez mais no manejo integrado e em biodefensivos para o controle das doenças na cultura. Por isso, o desenvolvimento desses insumos biológicos com alta tecnologia de formulação puxou um crescimento de 75% desse mercado no país nos últimos dois anos, saltando de um faturamento de R$ 946 milhões em 2019 para R$ 1,79 bi em 2021, segundo a consultoria Blink. E de acordo com estudo da IHS Markit, a projeção é que em 2030 o setor alcance R$ 16,9 bilhões.
Produtores de soja e os biodefensivos
A cultura da soja responde por quase metade do uso de biodefensivos hoje no país. No último ano, os sojicultores brasileiros destinaram R$ 829 milhões ao controle biológico de pragas. Em 2019, o investimento havia sido de R$ 391 milhões, segundo a Blink.
“Além de reduzir as chances do surgimento de resistências às moléculas químicas tradicionais, a adoção do controle biológico agrega outros benefícios ao cultivo, como o aumento da diversidade biológica e equilíbrio do sistema de produção, a otimização nutricional pelas plantas e, assim, um importante incremento em produtividade”, explica a gerente de Desenvolvimento de Mercado da Vittia, Cibele Medeiros.
Biológicos registrados no país
Assim como a adoção dos bioinsumos no campo, também têm evoluído muito rapidamente os investimentos em pesquisa e desenvolvimento de produtos biológicos. “O resultado é um processo acelerado de inovação tecnológica e lançamentos de novos produtos, cada vez mais completos e com ampla recomendação de uso”, ressalta a gerente da Vittia.
O número de produtos biológicos de controle registrados também avança a passos largos no Brasil. Até março, já contavam com registro ativo 502 produtos biológicos agrícolas. No portfólio de biodefensivos do país estão 433 produtos autorizados. Em 2013, eram apenas 107.