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Workshop na Bahia alerta para prejuízos com a ferrugem asiática

Praga já consumiu US$ 15 bilhões desde que chegou ao país, em 2001Agricultores do oeste baiano já estão planejando o plantio da próxima safra de soja. Um dos desafios será proteger as lavouras da ferrugem asiática e do mofo branco, doenças que comprometeram a produtividade das plantações nesta safra.

Waldemir José Silva já pensa no próximo plantio de soja. Gerente de uma fazenda no distrito de Roda Velha (BA), ele quer evitar um dos maiores obstáculos enfrentados nesta safra: a ferrugem asiática, que prejudicou o rendimento dos 700 hectares cultivados. Além da queda da produtividade, a doença também gerou gastos maiores do que os tradicionais.

Silva conta que os focos da doença apareceram, e para tentar contê-los foi necessário fazer entre quatro e cinco aplicações de fungicida, enquanto normalmente o controle é feito com duas aplicações em média.

Nesta safra foram cultivados 982 mil hectares de soja no oeste baiano. A produção chegou a 2,8 milhões de toneladas, segundo a Associação dos Agricultores e Irrigantes da Bahia (Adag). Com isso, a produtividade média das lavouras ficou em 42,5 sacas por hectare, oito sacas a menos do que na colheita anterior. Um reflexo de problemas como a ferrugem da soja.

Este ano foram registrados 277 focos da doença no Estado, 430% a mais do que na safra passada.

Além da alta pressão da ferrugem asiática, a incidência de mofo branco e o excesso de chuvas no momento da colheita trouxeram impactos negativos para a atividade na Bahia. A produtividade das lavouras caiu, e ficou quase duas sacas abaixo da média nacional. Por isso, mesmo faltando pelo menos quatro meses para o início do plantio, produtores e especialistas entendem que é hora de se reunir para planejar bem o futuro da próxima safra e tentar evitar novos prejuízos.

Em um workshop promovido pela Fundação Mato Grosso em Luís Eduardo Magalhães (BA), pesquisadores apresentaram ao público um histórico da ferrugem asiática, que chegou ao Brasil em 2001 e já provocou prejuízos de aproximadamente US$ 15 bilhões.

Segundo especialistas, uma das soluções para evitar as perdas pode ser o cultivo de sementes resistentes à ferrugem. As duas primeiras cultivares com esta característica foram desenvolvidas no Brasil e já estarão disponíveis para os agricultores na safra 2009/2010.

Assim como a ferrugem, o mofo branco também compromete o potencial produtivo da planta, mas ainda não pode ser totalmente controlado por defensivos químicos. Por isso, os especialistas recomendam atenção total e observações constantes nas lavouras.

Segundo o fiscal da Adab Naílton Souza Almeida, o órgão fez um levantamento e observou que a incidência de mofo branco nesta safra na Bahia foi bastante intensa, e que estes dados serão levados aos pesquisadores para que eles emitam um alerta para os agricultores.

O presidente da Unisoja, Odílio Balbinotti Filho, diz que o encontro acontece no momento certo, em que o produtor precisa se informar sobre os desafios e as soluções propostas para minimizar os impactos na atividade.

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