Dos 2.000 hectares plantados, produtor estima já ter perdido 70% e afirma que o que resta é torcer por chuvas que impeçam danos ainda maiores
Pedro Silvestre, de Primavera do Leste (MT)
A lavoura plantada em outubro, no início da safra 2018/2019, enchia de esperança o agricultor Alex Roberto Arruda, de Primavera do Leste (MT). As chuvas chegaram no momento certo e o desenvolvimento estava a todo vapor. Mas tudo mudou com o calor forte, que dura 20 dias, justamente na fase de enchimento de grãos. Agora, ele fala em prejuízo de R$ 1 milhão. “É muita coisa! Só temos que lamentar e torcer para a chuva vir para não perder mais”, diz.
Segundo Arruda, 70% dos 2.000 hectares plantados estão perdidos. “Não tem volta! Vamos torcer que Deus abençoe e venha alguma chuva para avaliar e ver o que pode ser salvo”, diz.
Outras lavouras também sofreram com a falta de chuva nas últimas semanas. O gerente técnico Volnei Leite prevê queda acentuada de produtividade, especialmente em áreas mais arenosas e mistas. “Tem lugares em que a gente vai conseguir colher de 25 a 30 sacas de soja”.
De acordo com Leite, as plantas perderam áreas foliares. “Quando isso acontece, elas não conseguem mais encher os grãos, por mais que normalize a chuva”, conta.
O diretor do Sindicato Rural de Primavera do Leste (MT), Cristian Braun, diz que em uma parte argilosa da propriedade dele contou seis vagens abortadas. “Fora a folha do baixeiro que andou perdendo. Isso vai causar perda até na hora do enchimento por falta de fotossíntese, de folha mesmo”, relata.
Braun acredita que muitas áreas nem serão colhidas. “Até as que estão melhores vão sentir perdas. Acredito que a quebra vai ser significativa, acima de 20% de produtividade no contexto geral”, diz.