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Sojicultor troca pivôs por melhor manejo do solo e aumenta produtividade

Ao invés de só apostar na irrigação, produtor implementa a integração lavoura-pecuária, melhora o solo e produz mais soja

Camila Xavier, de Cristalina (GO)
Com a produtividade em queda nas áreas irrigadas, um produtor de Goiás achou uma solução à moda antiga para recuperar o solo e garantir mais rendimento nas lavouras de soja. O manejo deu certo e a fazenda hoje é uma referência para os agricultores da região.

Usando outras práticas de manejo e conservação do solo a fim de impedir que se tornassem improdutivas, uma fazenda em Goiás optou em deixar de lado as tecnologias para voltar ao uso de manejos mais antigos. O resultado foi uma melhor composição química e física do solo, melhor rentabilidade, além de ser sustentável.

Na fazenda de Leandro Sato, em Cristalina, Goiás, as cinco áreas com pivô produziam até três safras por ano. Mas, há seis anos, ele começou a perceber uma queda na produtividade dos talhões irrigados. Foi então que adotou um sistema de integração lavoura-pecuária, utilizando a pastagem como forma de recuperar o solo.

“O sistema articular e o pastejo dos animais ajudam muito na questão da infiltração e formação de porosidade no solo. A gente espera que a manutenção da forrageira, tirando o cereais, consigamos uma diminuição na população de patógenos do solo que impactam na produtividade dos cereais.

A prática pouco comum foi indicada pelo pesquisador Clayton Quirino Mendes, professor da Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária da Universidade de Brasília (UnB). Segundo ele, a vegetação forrageira tem raízes mais fortes que culturas como soja e milho, o que auxilia na recomposição química e física do terreno.

“A pastagem vem como uma forma de reconstruir esse solo do ponto de vista físico, em função da capacidade que as gramíneas tropicais tem de produzir raíz, com grande profundidade. Então a gente trouxe essa opção técnica e consequentemente terá ganhos na estrutura química do solo”, diz Mendes.

O presidente do Sindicato Rural de Cristalina diz que a propriedade de Sato virou exemplo na produção regional, por conta das práticas sustentáveis. Hoje, nas áreas que eram irrigadas, a expectativa de produtividade ultrapassa as 80 sacas soja por hectare. E o meio ambiente também sai ganhando. A manutenção da cobertura do solo, inclusive com braquiária, aumenta a absorção de água, algo importante para a região de Brasília, que enfrenta crise hídrica.

“Quando se diminui a evaporação do solo, contribui em colocar menos água para aquela mesma atividade. Água que evapora não resolve em nada. O que precisamos e temos que fazer é uma melhor gestão da água, um melhor planejamento para uso dessa água e investir em conhecimento da água”, diz o presidente do sindicato, Alécio Maróstica.

Para completar o tripé da sustentabilidade, há também ganhos sociais na integração lavoura-pecuária. A fazenda virou destino de aulas práticas para os universitários em agronomia de Brasília.

“É um laboratório a céu aberto que temos a oportunidade com essa propriedade aqui. Outro fator importante é que eu uso também como uma sala de aula e periodicamente trago meus alunos para ver o que a gente discute na sala de aula. Então esse é um ganho bastante importante nessa parceria”, diz Mendes.

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