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Segundo a Emater, o preço médio da saca (60 quilos) no Estado é de R$ 33,76, ante R$ 35,67 na semana anterior, enquanto o custo médio de produção calculado pela Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado (Fecoagro) ficou em R$ 32,47. Em simulação feita por Zero Hora, o valor obtido na negociação do produto aos preços atuais, mesmo com uma safra estimada em 23,6% acima do ciclo anterior, seria praticamente equivalente ao do ano agrícola passado (veja quadro).
Para o analista Flávio França Júnior, da Safras & Mercado, o cenário segue tendendo para baixo no curto prazo:
? Aqui no Rio Grande do Sul, a cotação está em torno de R$ 33, mas a colheita mal começou. Pela pressão da colheita, o preço no Estado deve cair ? diz França.
No Planalto Médio, uma das zonas produtoras que mais sofreram com o atraso do plantio, já é possível notar o estresse hídrico das plantas, diz Claudio Doro, gerente regional adjunto da Emater de Passo Fundo. Segundo ele, 40% dos 680 mil hectares cultivados na região ? cerca de um quinto da área total do Estado ? foram plantados fora da época recomendada e estão agora na fase de enchimento de grãos, quando mais necessitam de água.
? A tão falada supersafra de soja não vai ocorrer. Será uma safra normal. Estamos com um déficit hídrico de cem milímetros ? estima Doro.
A apreensão é dividida pelo presidente da Comissão de Grãos da Federação da Agricultura do Estado (Farsul), Jorge Rodrigues.
? Com um preço abaixo de R$ 35, as margens já ficam no limite. Nesse caso, o produtor precisa uma boa produtividade, e o clima preocupa ? diz Rodrigues.
O consultor técnico da Fecoagro Tarcísio Minetto explica que o cálculo do custo de produção leva em consideração uma utilização média de tecnologia e, para não ter prejuízo, o agricultor teria de produzir pelo menos 38,5 sacas por hectare.